O dólar registrou queda ante outras moedas principais nesta quinta-feira, 5, ainda na esteira de alguns sinais modestos da economia americana nesta semana. Além disso, a libra voltou a mostrar força, impulsionada pela perspectiva de vitória da situação na eleição do Reino Unido na próxima semana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,77 ienes, o euro avançava a US$ 1,1107 e a libra tinha ganho a US$ 1,3160. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, caiu 0,24%, a 97,410 pontos.

Na Europa, a libra continuou a se fortalecer, após pesquisas mostrarem que o Partido Conservador, do premiê Boris Johnson, aparece bem posicionado na disputa eleitoral da próxima semana. Investidores avaliam que, com Johnson no poder, aumenta as chances de se resolver o imbróglio do processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Com isso, mais cedo a libra renovou máximas em sete meses em relação ao dólar.

A moeda americana também foi pressionada por alguns dados modestos dos EUA nos últimos dias. Havia ainda expectativa pelo relatório mensal de empregos (payroll) de novembro, que sai na manhã desta sexta-feira. Na avaliação do BK Asset Management, um dado mais fraco de geração de vagas poderia ter maior impacto no dólar em relação ao iene e outras moedas principais do que um payroll forte.

A Oxford Economics, por sua vez, afirma em relatório que pode haver mais volatilidade no câmbio em 2020. Segundo a consultoria, esse cenário possível pode ser “ambíguo” para o dólar. Por um lado, a maior busca por segurança pode beneficiar a divisa americana, mas outras moedas principais também podem ser buscadas, o que pressionaria a moeda dos EUA ante estas. “Sem sinais claros e dignos de crédito de uma retomada no comércio e no crescimento globais, nós estamos relativamente cautelosos sobre o câmbio dos emergentes”, afirma a Oxford, que ainda assim vê oportunidades para algumas dessas divisas por estarem baratas, como o peso mexicano e o rublo.