O dólar opera em baixa no mercado à vista, acompanhando a desvalorização externa da divisa americana ante pares desenvolvidos e moedas emergentes ligadas a commodities. Os investidores monitoram a mobilização internacional para tentar mediar o conflito entre Israel e Irã, que entra em seu quarto dia, e estão à espera de decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e dos bancos centrais nos EUA (Federal Reserve), Inglaterra (BoE), Japão (BoJ) e China (Pboc) nos próximos dias.
Enquanto as expectativas para o Copom estão divididas entre a manutenção da Selic em 14,75% ao ano e alta de 0,25 ponto porcentual, as apostas para os BCs lá fora é de manutenção das taxas básicas de juros. O carry trade a favor do Brasil pode estar ajudando também à recuperação do real.
Internamente, as atenções seguem ainda na pressão política no Congresso contra a medida provisória e o decreto relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Uma coalizão de 20 frentes parlamentares planeja ato no Congresso nesta terça-feira para pedir a devolução da MP, o que acentua a percepção de perda de força do governo. A percepção de uma parcela considerável no mercado é de que um candidato mais à direita no espectro político faria um ajuste estrutural nas contas públicas, o que poderia beneficiar ativos locais.
Na agenda do dia, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,16% em abril ante março, na série com ajuste sazonal, acima da mediana das projeções do mercado (0,10%) e dentro do intervalo (-0,4% a + 0,40%). O resultado ajuda a apoiar viés de alta dos juros de curto prazo, além da alta dos retornos dos Treasuries.
No boletim Focus, a mediana para a inflação suavizada nos próximos 12 meses passou de 4,77% para 4,72% no boletim Focus, divulgado hoje. A mediana para a Selic no fim de 2025 segue em 14,75% pela sexta semana seguida e entre as 102 projeções mais recentes, a estimativa também se mantém em 14,75%.
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,97% em junho, após a queda de 0,01% em maio, informou a FGV. A queda foi ligeiramente mais intensa do que a mediana das estimativas do mercado financeiro, de 0,92%, segundo levantamento do Projeções Broadcast, que apontava intervalo de quedas de 1,15% a 0,44%.
No Canadá, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve ter encontros bilaterais com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, além de representantes do Canadá e da Alemanha durante a Cúpula do G7.
Às 9h54, o dólar à vista tinha mínima a R$ 5,5100, com queda de 0,57%.