O dólar opera em alta na manhã desta quinta-feira, 7, em um movimento de cautela dos investidores, que analisam os desdobramentos da apresentação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) na comissão Especial de Impeachment na Câmara. A notícia de que o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, teria associado o pagamento de propinas às campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014 também baliza o movimento do dólar.

Na quarta, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, ameaçou recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o relatório favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff não seja corrigido. A demora no processo de impedimento traz pressão de alta à moeda. As declarações de Azevedo, por outro lado, reduzem a pressão no mercado de câmbio, sob o entendimento de que notícias contrárias ao governo Dilma ajudam a enfraquecer a moeda.

Às 9h50 o dólar à vista operava em alta de 0,40%, negociado a R$ 3,6549. Na abertura, a moeda chegou a subir 0,64%.

Além do conturbado cenário político local, os mercados também reagem aos sinais de instabilidade da economia mundial, ressaltados na ata do último encontro de política monetária do banco central norte-americano, o Federal Reserve (Fed).

Entre os fatores de preocupação estão o ritmo de crescimento econômico chinês e o preço do petróleo, o que pode levar o Fed a adotar uma postura mais cautelosa para a alta dos juros. Nesta quinta, a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, fará discurso a partir das 18h30, no horário de Brasília.