O dólar teve mais um dia valorização ante moedas emergentes e rivais nesta quinta-feira, 19, com a busca por liquidez em meio à pandemia de coronavírus em alta, mesmo após o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) ter estabelecido linhas de swap cambial com mais nove países, incluindo o Brasil.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 110,83 ienes, o euro recuava a US$ 1,0676 e a libra caía a US$ 1,1533. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante outras seis moedas fortes, registrou alta de 1,58%, a 102,755 pontos.

“O apetite insaciável do mundo por dólares continuou nesta quinta-feira”, resume o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do banco americano Western Union. Ele comenta que a divisa dos Estados Unidos subiu mesmo após a divulgação do índice de atividade regional do Fed Filadélfia, que caiu de +36,7 em fevereiro para -12,7 em março.

Para a consultoria britânica Capital Economics, as linhas de swap anunciadas hoje pelo Fed podem “dar uma trégua a algumas moedas em apuros”, mas não devem ser suficientes para deter o dólar. “Pensamos que o dólar não enfraquecerá muito até que a turbulência mais ampla nos mercados comece a diminuir”, afirmam analistas da consultoria.

“A força feroz do dólar tornou-se um barômetro da preocupação com o coronavírus levando a economia global à recessão”, avalia Manimbo, do Western Union.

Segundo a diretora de estratégia de câmbio do BK Asset Management, Kathy Lien, o euro e a libra, por sua vez, foram pressionados pelo afrouxamento monetário do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), além da busca pela liquidez do dólar.

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Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 23,9522 pesos mexicanos, a 17,4235 rands sul-africanos e a 63,5754 pesos argentinos, no fim da tarde em Nova York, mas caía a 79,103 rublos russos, após a alta dos preços do petróleo.


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