O dólar passou a subir ante o real e renovou máximas sequenciais na manhã desta quinta-feira, 17, até R$ 3,6969 (+0,58%) no mercado à vista de balcão. O ajuste acompanha a máxima dos dólar futuro de junho, aos R$ 3,7010 (+0,56%).

O economista e sócio-diretor da corretora NGO, Sidnei Nehme, diz que a manutenção da Selic não altera o viés de alta do dólar ante o real, que é sustentado por fatores externos e internos. “A desvalorização recente acumulada pelo real deveria ser menor que a média das perdas de moedas de países emergentes com problemas, mas está acima da média e isso quer dizer que nossa taxa de câmbio já é afetada por incertezas internas, como a situação fiscal crítica, o cenário eleitoral para presidente nebuloso, a economia patinando (IBC-Br mostrou isso ontem), o desemprego enorme e crescente e a falta de perspectivas de reformas. Todos esses fatores já são precificados parcialmente, mas a tendência é de o dólar subir mais. Por isso, a desvalorização do real está acima da de outras moedas emergentes e ligadas a commodities”, comenta.

O diretor da Correparti Jefferson Rugik diz que há saída de investidor estrangeiro do Brasil. “O investidor sai da bolsa e vai para os juros americanos, e mesmo com a manutenção da Selic, tem investidor de renda fixa indo para os T-Notes de 10 anos hoje”, afirma.

Pouco antes do fechamento deste texto, a taxa do T-Note 10 anos rondava os 3,08%, ante 3,10% mais cedo, refletindo demanda maior e alta de preço paralela.


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