O mercado de câmbio se ajusta em alta diante da queda de commodities, como petróleo e minério de ferro (-2,03% na China), após abrir esta sexta-feira, 5, em baixa. Os investidores aguardam o relatório de empregos dos EUA, o payroll (9h30), que deve guiar as apostas para a política monetária no país.

A mediana do mercado indica a criação de 200 mil postos de trabalho nos Estados Unidos em junho, após as 272 mil vagas geradas em maio, segundo pesquisa do Projeções Broadcast. Uma eventual leitura mais forte dos dados pode mudar o rumo dos mercados, e dar impulso aos ativos financeiros em Nova York.

Também as atenções ficarão ainda nas próximas horas em discursos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dois eventos na Grande São Paulo, em Osasco (11h) e em Diadema (15h).

Uma revalorização do real abaixo do fechamento de quinta-feira, 4, de R$ 5,48 está totalmente dependente hoje do resultado do payroll e do ritmo de alta de salário dos EUA, que pode ou não consolidar a primeira queda dos juros de 25 pontos-base em setembro, avalia o economista-chefe da J.F. Trust, Eduardo Velho. O humor local deve depender também do tom das falas de Lula hoje, afirma.

Nos últimos dois dias, os juros futuros e o dólar caíram em meio à queda externa da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries, mas principalmente pela ausência de críticas de Lula ao BC e pelo anúncio do corte de quase R$ 26 bilhões em despesas obrigatórias em 2025.

Ainda assim, o mercado de juros mantém apostas minoritárias em elevação em 25 pontos-base da Selic na reunião do Copom do fim do mês. Os analistas justificam que as chances de alta da Selic neste ano persistem, porque o mercado desconfia da potência das medidas de ajuste fiscal.

Com o recuo das commodities e sinais mistos entre os futuros das bolsas em Nova York, o Ibovespa futuro tem viés de baixa e os American Depositary Receipt (ADRs) da Petrobras e da Vale também exibem queda de 0,41% e 0,43% no pré-mercado de Nova York.

Às 9h23 desta sexta-feira, o dólar à vista subia 0,12%, a R$ 5,4932. O dólar para agosto ganhava 0,14%, a R$ 5,5060.