O dólar teve novo dia de alta, em dia marcado por aumento da aversão ao risco no mercado financeiro internacional por causa do temor de alastramento de um novo tipo de coronavírus na China, com relatos de seis mortes no país asiático até agora. Na tarde de hoje, um caso foi diagnosticado nos Estados Unidos, o que ajudou a elevar ainda mais o clima de prudência dos investidores. A moeda americana fechou a terça-feira no maior nível desde 3 de dezembro, cotada em R$ 4,2050, com valorização de 0,39%.

O dólar operou em alta durante todo o pregão, reduzindo o ritmo com algumas entradas pontuais de fluxo externo e vendas de exportadores, de acordo com traders de câmbio. “O vírus mortal na China provocou uma fuga para ativos de qualidade”, observa o analista de mercados do banco especializado em transferência internacional de recursos, Western Union, Joe Manimbo. O reflexo foi que moedas fortes, como o franco suíço e o iene japonês, se valorizaram e as divisas de emergentes caíram.

O iene, aliás, foi a moeda que mais se valorizou hoje no mundo, seguida pela libra e a coroa sueca. Entre as que mais se desvalorizaram, a divisa da Coreia do Sul foi a campeã, seguida pelo peso mexicano, a moeda da Noruega e o real. Aqui, a máxima dia, a R$ 4,2173, ocorreu pouco depois das notícias do primeiro caso do coronavírus nos EUA, de um cidadão americano que viajou para o país asiático.

O real, que já vinha sofrendo nos últimos dias por temores com o ritmo de crescimento da economia, hoje foi novamente uma das moedas com pior desempenho lá fora. O gestor e sócio-diretor da TAG Investimentos, Dan Kawa, acredita que o dólar permanecerá por algum tempo na faixa que vem sendo negociado, entre R$ 4,00 e R$ 4,20.

Para Kawa, o “novo normal” do câmbio brasileiro pode ser este nível mais alto de dólar, conforme tem declarado o ministro da Economia, Paulo Guedes. O gestor ressalta que o País tem experimentado uma deterioração do balanço de pagamentos. O capital especulativo praticamente deixou o mercado local, por causa dos baixos juros. A tendência, ressalta ele, é que, com a aceleração de crescimento doméstico, enquanto o mundo desacelera, o Brasil importe mais e exporte menos, contribuindo para escassez da moeda americana.

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