O dólar encerrou o pregão desta segunda-feira, 6, abaixo do patamar de R$ 3,50, dando sequência à queda que já dura quatro sessões. O movimento foi direcionado, durante à tarde, pelo discurso da presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Janet Yellen, e pela ampliação do ganho do petróleo Brent acima dos US$ 50 por barril em Londres, acentuando a realização de lucros na moeda norte-americana.

A dirigente do Fed afirmou que o relatório de emprego de maio dos EUA, publicado na última sexta-feira, foi “desapontador” e que a trajetória da política monetária depende de como as incertezas “consideráveis” se resolvam. Na visão dos profissionais de câmbio, Yellen sinalizou que a alta de juros no próximo encontro do Fed, na semana que vem, já pode ser descartada. Em vez disso, o aperto deve ocorrer gradualmente, em breve.

O dólar no mercado à vista fechou em baixa, pela quarta sessão consecutiva, aos R$ 3,4913 (-0,96%) – menor valor desde 17 de maio, quando encerrou cotado a R$ 3,4895. No período, acumula perdas de 3,32%. Nesses níveis de preços, fica a expectativa do Banco Central para amanhã, disse um operador de câmbio, referindo-se à possibilidade de o BC anunciar ainda hoje a realização de um leilão de swap cambial reverso para esta terça-feira.

O giro total à vista registrado era baixo, de cerca de US$ 444,106 milhões. Na mínima, a moeda à tarde caiu até R$ 3,4853 (-1,13%) e, na máxima, pela manhã, subiu até R$ 3,5278 (+0,07%).

No mercado futuro, às 17h22, o dólar para julho recuava 1,00%, aos R$ 3,5190. Até esse horário, a mínima foi de R$ 3,5130 (-1,17%) e a máxima, pela manhã, atingiu R$ 3,5570 (+0,07%). O volume financeiro movimentado somava cerca de US$ 9,777 bilhões.

Nesse cenário, o noticiário político foi monitorado, mas não determinou os ajustes cambiais. À tarde, o Ministério da Fazenda emitiu nota negando que o reajuste dos servidores federais aprovado pela Câmara do Deputados teria gerado atrito entre a pasta e o Palácio do Planalto. Outro ponto de atenção foi a entrevista do presidente em exercício, Michel Temer, que afirmou ter autorizado a paralisação de nomeações para diretorias ou presidência de estatais ou fundos de pensão.

Já o presidente da comissão do impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), voltou atrás da decisão de reduzir o rito do processo em 20 dias.