Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar aprofundou a queda e voltou a encostar na faixa de 4,60 reais nesta quarta-feira, com a moeda brasileira liderando os ganhos entre as principais divisas emergentes, beneficiada por fluxos em busca de retorno mais alto e com risco controlado.

Às 13:36 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,96%, a 4,6217 reais na venda. A cotação desceu a 4,6091 reais (-1,24%) na mínima do dia, após subir 0,31%, a 4,6811 reais, na máxima alcançada ainda pela manhã.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,04%, a 4,6330 reais. Na mínima, foi a 4,6205 reais, menor valor desde 5 de abril, quando tocou os menores patamares em cerca de dois anos.

A direção da taxa de câmbio por aqui acompanhava de perto os movimentos do índice do dólar frente a uma cesta de moedas de países ricos, que recuava 0,693% após renovar desde a véspera picos também desde 2020.

O real, porém, tinha desempenho melhor que a média de seus pares emergentes. A melhor relação risco/retorno de ficar comprado em reais explica a dinâmica. Contratos de câmbio a termo de um ano em reais pagam 12,8% ao ano, enquanto no Chile o retorno nominal é de 8,2%; na Colômbia, de 8,7%; e no México, de 9,6%.

Um experiente operador resumiu a situação: “Moedas emergentes perdem muito, real perde pouco. Moedas emergentes ganham um pouco, real ganha muito. É o ‘carry’ fazendo seu trabalho”, disse.

No acumulado de 2022, o dólar cai 17,1%, o mesmo que uma valorização do real de 20,6%. A moeda brasileira lidera com folga o ranking de maiores altas no período.

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