O dólar caiu ante outras moedas fortes e também em relação às emergentes nesta quinta-feira, 9. A divisa americana tem se beneficiado da busca por segurança gerada pela pandemia de coronavírus, mas foi prejudicada hoje com o anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que fará mais uma injeção trilionária de liquidez.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 108,44 ienes, o euro subia a US$ 1,0927 e a libra avançava a US$ 1,2463. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana em relação a outras moedas fortes, registrou baixa de 0,60%, a 99,517 pontos.

“O Fed dispara outra bazuca e atinge o dólar”, resumo o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. A autoridade monetária dos EUA lançou hoje medidas no total de US$ 2,3 trilhões em empréstimos, com o objetivo de tentar conter os impactos econômicos do coronavírus.

Segundo a diretora-gerente de estratégia de câmbio da BK Asset Management, Kathy Lien, o dólar também perdeu força hoje com a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que foram de 6,61 milhões na semana encerrada em 4 de abril, totalizando mais de 16 milhões nas últimas três semanas. Além disso, o índice de sentimento do consumidor americano, medido pela Universidade de Michigan, caiu de 89,1 em março para 71 na leitura preliminar de abril.

“O dólar caiu nesta semana devido a sinais de progresso na redução da propagação do vírus”, acrescenta Manimbo, do Western Union. A possibilidade de alguns países estarem próximos do pouco da pandemia tem gerado certo otimismo nos mercados financeiros, o que leva os investidores a buscarem menos refúgio no dólar.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar caía a 23,6453 pesos mexicanos, a 18,0955 rands sul-africanos, a 74,316 rublos russos e a 65,0930 pesos argentinos, no fim da tarde em Nova York.