Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou em queda contra o real nesta quarta-feira, ao fim de um dia amplamente favorável a ativos de risco no exterior e com o mercado de olho em ingressos de recursos oriundos da venda de debêntures da Vale.

O dólar à vista caiu 0,83%, a 5,6699 reais na venda. A moeda chegou a subir pela manhã, indo a uma máxima de 5,7366 reais (+0,33%) por volta de 10h15. Logo depois, contudo, passou a perder força e perto de 11h firmou baixa, descendo à tarde a uma mínima de 5,6654 reais (-0,91%).

A sessão transcorreu sem novidades definitivas sobre a novela do Orçamento, mas ainda contou com notícias acerca das saídas buscadas pelo governo para acomodar gastos –nesta quarta, circulou informação de que o governo estuda rever a meta fiscal de 2021 para encaixar gastos com medidas econômicas contra a Covid-19.

Sem ainda ter desatado o nó do Orçamento deste ano, o governo entrega na quinta-feira a LDO de 2022, que apresentará os parâmetros da peça orçamentária do ano que vem.

À parte de questões fiscais, o mercado doméstico comentou a precificação da oferta pública de distribuição secundária de debêntures participativas da Vale, cujo valor total foi fixado em 11,47 bilhões de reais. A expectativa é que boa parte desse valor tenha ficado com estrangeiros, um sinal de potencial fluxo de entrada de recursos.

De toda forma, o exterior deu a tônica nos negócios locais nesta quarta. O dólar caiu a uma mínima em quatro semanas frente a uma cesta de divisas, enquanto cedia entre 0,3% e 1,2% na comparação com as principais moedas de risco (grupo do qual faz parte o real).

As ações globais bateram novos recordes, e as commodities saltavam 2,3%, para máximas em quase um mês.

“Há sinais fortes de que aquela alta dos rendimentos dos Treasuries ficou para trás”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho.

A taxa do Treasury de dez anos –referência global para investimentos– mostrava estabilidade nesta quarta-feira, em torno de 1,63%, bem distante da máxima em 14 meses próxima de 1,78% alcançada no fim de março.

A escalada dos rendimentos eleva a atratividade do dólar e ajudou a valorizar a divisa norte-americana, que no exterior teve em março o melhor mês desde novembro de 2016.

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