O dólar teve novo dia de queda e terminou a quinta-feira, 20, em baixa de 1,38%, cotado em R$ 4,0739, o menor valor desde 31 de agosto (R$ 4,0646). O cenário externo novamente foi o principal fator a impulsionar a queda da moeda aqui, como aconteceu ontem, mas operadores ressaltam que as eleições continuam sendo monitoradas de perto pelas mesas de câmbio e um dos pontos que agradaram aos investidores na pesquisa do Datafolha foi o ritmo mais lento de crescimento de Fernando Haddad (PT) do que o visto na pesquisa do Ibope.

Com o bom humor externo e o maior apetite por risco de emergentes, investidores seguiram o desmonte de posições compradas em real, fazendo finalmente a moeda cair abaixo do patamar psicológico de R$ 4,10. A moeda estava com dificuldade de ficar abaixo deste nível, que era visto como ponto de compra, afirma um diretor de tesouraria.

O gestor de investimentos da Western Asset Management Company, Adauto Lima, ressalta que desde o começo da semana está ocorrendo um movimento de queda do dólar ante vários emergentes. A esperada escalada da tensão comercial entre China e Estados Unidos, após o anúncio da Casa Branca de mais tarifas sobre produtos chineses, acabou não ocorrendo na velocidade esperada, o que trouxe alívio aos investidores internacionais. O dólar acumula queda de 2,18% na semana no Brasil, de 4,30% na África do Sul, de 4% na Argentina e de 0,31% no México. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, acumula queda de 1,13%. “Foi um movimento generalizado de queda”, ressalta Lima.

O dólar à vista abriu em baixa e operou em queda durante todos os negócios. A pesquisa do Datafolha mostrou que Ciro Gomes (PDT) ainda está na disputa para ir ao segundo turno e Haddad cresceu três pontos, menos do que os 11 pontos vistos no Ibope, além de Jair Bolsonaro (PSL) ter seguido na liderança.

O economista para a América Latina do grupo ING, Gustavo Rangel, avalia que o provável resultado da eleição já se estreitou consideravelmente, com três nomes na disputa: Haddad, Ciro e Bolsonaro. Com isso, o cenário para o mercado de câmbio melhorou, refletindo dois fatores. O primeiro é que o risco de uma vitória de Ciro se reduziu após a entrada em cena de Haddad; o segundo é que há sinais de que, se eleito, Haddad deve se apressar para acalmar investidores, mostrando uma retórica mais pró-mercado, como Luiz Inácio Lula da Silva fez em 2002.

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