O dólar fechou em alta ante outras moedas fortes e emergentes nesta segunda-feira, 12, impulsionado tanto pela perspectiva de mais altas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) quanto por incertezas políticas na Europa, em meio à questão orçamentária na Itália e às negociações do Brexit.

Próximo do horário de fechamento em Nova York, o euro caía a US$ 1,1241 e a libra recuava a US$ 1,2855, enquanto o dólar tinha queda a 113,78 ienes. O índice DXY, que mede a divisa americana contra uma cesta de outras seis moedas, avançou 0,65%, para 97,542 pontos.

Ainda na esteira da última reunião de política monetária do Fed, o dólar avançou neste início de semana diante da perspectiva de mais altas de juros no país tanto em dezembro quanto no próximo ano, movimento amplamente esperado por analistas. Em discurso, a presidente da distrital de São Francisco da instituição, Mary Daly, afirmou que o mercado de trabalho “atingiu ou excedeu o pleno emprego”, o que é sinalizado tanto pela baixa taxa de desemprego quanto por outros dados acompanhados pelo Fed, e que a economia está “muito bem”.

Ao mesmo tempo, as incertezas em solo europeu desencadearam um movimento de aversão a risco. O governo italiano tem prazo até amanhã para apresentar a revisão do plano orçamentário do próximo ano fiscal, após a Comissão Europeia ter rejeitado a anterior. Enquanto membros do alto escalão defendem a necessidade de um alto déficit público, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, afirmou estar “moderadamente preocupado” com a intransigência de Roma.

Também se mantêm no foco de investidores as negociações do Brexit, à medida que a primeira-ministra britânica, Theresa May, tem estado sob pressão. Na última sexta-feira, o até então ministro de Transportes britânico, Jo Johnson, renunciou ao cargo por discordâncias em relação ao divórcio e avisou que outros membros do gabinete poderiam seguir seus passos.

“O Brexit e as manchetes italianas estão ocorrendo em um ambiente de desaceleração do crescimento europeu”, destaca Stephen Gallo, diretor de estratégia cambial da BMO Capital Markets. Recentemente, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro mostrou alta muito abaixo das previsões, o que levantou questionamentos a esse respeito. Diante do cenário de fuga do risco, o dólar também marcou alta ante a maioria das moedas emergentes. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias