O dólar avançou ante rivais nesta sexta-feira, com certo apetite por risco repercutindo entre investidores, ainda reagindo a sinais de que a China não pretende dar continuidade à escalada de retaliações aos Estados Unidos, no contexto da guerra comercial. Além disso, o euro fraco ao longo do dia, em meio ao impasse político na Itália, ajudou a impulsionar a moeda americana.

Próximo ao fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 106,29 ienes, apesar do ligeiro apetite por risco do pregão, mas avançava a 0,9905 francos suíços, também considerados como uma moeda mais segura que a americana. Na mesma marcação, o euro recuava a US$ 1,0987 e a libra caía a US$ 1,2163. O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes, subiu 0,42%, para 98,916 pontos.

A fala de quinta-feira do porta-voz do Ministério do Comércio da China, Gao Feng, de que as contramedidas do país asiático aos americanos já são “suficientes”, ainda repercutia entre investidores, em clima de apetite por risco e fortalecendo o dólar.

O euro fraco ajudou a impulsionar a divisa dos EUA, em meio à crise política na Itália que ganhou novo capítulo. A coalizão entre o Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Partido Democrático estava praticamente fechada, dando certo alívio aos investidores, na medida em que evitaria uma nova eleição. Contudo, o líder do M5S, Luigi di Maio, disse que o PD deveria aderir às suas propostas – caso contrário, não haveria coalizão, abrindo para outra eleição no país, o que ampliou incertezas e pressionou a cotação da moeda local ante o dólar.

Também influenciam na queda do euro as expectativas por cortes de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE). “O euro caiu para mínimas em quatro semanas, depois que dados sombrios da Europa provocaram um movimentação para que o BCE intensifique os estímulos”, diz o Western Union.

O dólar também se valorizou mais uma vez frente ao peso argentino, terminando o dia a 59,5174 pesos argentinos, apesar das medidas do Banco Central da República Argentina (BCRA) para conter a disparada da moeda americana, que se acentuou após rebaixamento do país em rating e depois de o favorito na corrida presidencial, Alberto Fernández, afirmar que a Argentina está em “default virtual, oculto”. Só nesta sexta, foram leiloados US$ 387 milhões das reservas internacionais do país, além de 165,109 bilhões de pesos argentinos em títulos de Letras de Liquidez (Leliqs).