O dólar avançou ante outras moedas principais nesta terça-feira, 23, reagindo a uma série de notícias. Nos Estados Unidos, a Casa Branca e o Congresso chegaram a um acordo orçamentário que eleva o teto da dívida pública. Na Europa, investidores especulavam sobre os efeitos da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para quinta-feira, e também sobre as implicações para o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) com a eleição de Boris Johnson como líder do Partido Conservador, o que significará, consequentemente, a posse dele como premiê do país.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar avançava para 108,27 ienes. Já o euro, na mesma marcação, caía a US$ 1,1154 e a libra recuava para US$ 1,2441. O índice DXY, que mede a força da moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas principais, registrou avanço de 0,46%, a 97,705 pontos.

Nesta terça-feira, o mercado repercutiu o acordo firmado entre Executivo e Legislativo americanos, que elevará o teto da dívida pública por dois anos. A moeda americana se fortalece ante o euro, também devido às expectativas por sinalizações “dovish” após a reunião de política monetária do BCE, que acontece na quinta-feira. Acomodações monetárias – que não significam, necessariamente, cortes na taxa básica de juros – tendem a depreciar o câmbio. Nesse quadro, o euro atingiu durante o pregão mínimas desde 30 de maio.

“Vai ser preciso um golpe ousado do BCE para satisfazer os mercados que clamam por flexibilização adicional e fazer a diferença para a economia, enquanto tenta permanecer dentro de seu ambiente institucional e não desestabilizar o sistema financeiro”, escreveu o economista-chefe da High Frequency Economics, Carl Weinberg.

O Western Union, por sua vez, diz que “independentemente de o BCE agir esta semana, o mercado está se preparando para o banco reduzir suas preocupações e soar os alarmes ‘dovish'”.

Já a libra esterlina recuou em relação ao dólar após a já esperada vitória de Johnson na disputa pelo comando do Partido Conservador no Reino Unido. Em seu discurso, o conservador disse que como premiê irá entregar o Brexit em 31 de outubro, com ou sem acordo. “A falta de concessões na postura de Johnson pode tornar as próximas semanas difíceis para a libra esterlina”, diz relatório do BK Asset Management enviado a clientes.