O dólar se fortaleceu na comparação com a maioria das moedas, sustentado por expectativas de recuperação da economia dos Estados Unidos, onde a campanha de vacinação contra a covid-19 se desenrola em ritmo mais veloz do que em outras partes. Entre os emergentes, o destaque na desvalorização foi da lira turca, após sinalizações de que o Banco Central local pode não aumentar os juros em abril.
O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis moedas fortes, fechou em alta de 0,19%, aos 92,944 pontos, em movimento apoiado pela desvalorização do euro, principal componente do índice. A moeda comum recuava a US$ 1,1767 no fim da tarde em Nova York, enquanto a libra caia a US$ 1,3760. O iene também se desvalorizou, e o dólar tinha alta a 109,85 ienes.
“Março tem sido um bom mês para o dólar”, aponta a BK Asset Management, citando a expectativa de investidores pela divulgação dos dados de emprego nesta semana nos EUA, que analistas esperam ser o com a maior retomada de vagas em pelo menos cinco meses.
“Graças ao agressivo programa de vacinação do país, consumidores e empresas estão mais otimistas e a atividade econômica está melhorando”, avalia a consultoria, em meio às novas metas para imunização no país. Por outro lado, o “único risco” é a proposta de pacote de infraestrutura do presidente Joe Biden, avaliada em até US$ 3 trilhões, e que poderia pressionar o dólar, aponta.
O euro “ainda é a moeda com pior desempenho” dentre as economias desenvolvidas, aponta a BK Asset Management. Com o aumento dos casos de coronavírus e a lentidão das vacinações, a Alemanha e a França estão considerando restrições mais rígidas, aponta a consultoria, com a projeção sendo dos novos lockdowns atrapalharem por ainda alguns meses a retomada na zona do euro.
A questão da vacinação também foi observada no caso da libra, que recuou ante ao dólar, segundo a Western Union com atenção à possibilidade da União Europeia reduzir o fornecimento de imunizantes ao Reino Unido.
A lira turca seguiu sua desvalorização frente ao dólar, seguindo uma semana em que a Reuters aponta ter havido sua maior queda ante a moeda americana desde 2018. Hoje, o presidente do banco central do país, Sahap Kavcioglu, afirmou à Bloomberg que os mercados não devem contar como garantida uma alta de juros no país em abri. Às 18h54 (horário de Brasília) o dólar operava a 8,2574 liras.