O dólar opera em queda frente o real, com o apetite por ativos no exterior apoiando a demanda por moedas emergentes e ligadas a commodities, que sobem majoritariamente frente a divisa americana. E renovou mínimas após o aumento de 9,8% das vendas no varejo em março nos Estados Unidos, bem acima da previsão dos analistas (+6,1%).
A queda dos retornos dos Treasuries ajuda também pela perspectiva de continuidade de juros baixos nos EUA e Europa por longo período a fim de estimular a retomada econômica nessas regiões. Além disso, na China, há temores de que Pequim poderá reverter incentivos monetários e fiscais adotados em reação à pandemia, após os últimos indicadores chineses de inflação e comércio exterior mostrarem que a segunda maior economia do mundo se mantém em plena recuperação, o que beneficia também as moedas de países emergentes e exportadores de commodities. Há grande expectativa, agora, por dados de atividade chinesa em março, que saem à noite, além do Produto Interno Bruto do primeiro trimestre do país.
Mas, as incertezas político e fiscal no Brasil trouxeram pressão de alta pontual para o dólar, após a abertura, segundo operadores de câmbio.
Os agentes financeiros olham ainda os indicadores locais já divulgados. O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,58% em abril, após ter aumentado 2,99% em março, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou acima da mediana positiva de 1,38, mas dentro das estimativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast (alta entre 1,00% e 1,85%). O IGP-10 acumulou um aumento de 9,16% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 31,74%, também acima da mediana de 31,43% – superior à taxa apurada até o mês passado (31,16%) e o resultado mais alto no acumulado desde março de 2003 (31,92%).
Já o volume de serviços prestados no País subiu 3,7% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 0,6% para elevação de 0,10%.
O resultado de fevereiro superou todas as estimativas na pesquisa do Estadão/Broadcast, de queda de 0,70% a alta de 2,80%, com mediana positiva de 1,30%. Na comparação com fevereiro do ano anterior, houve redução de 2,00% em fevereiro de 2021, já descontado o efeito da inflação. Também nessa base de comparação, o resultado ficou menos negativo do que as previsões: de retração entre 5,00% e 2,40%, com mediana negativa de 3,70%.
Às 9h42 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,96%, a R$ 5,6183. O dólar futuro para maio cedia a R$ 5,6240 (-0,60%). No exterior, o índice DXY, que compara o dólar ante seis moedas fortes, caía 0,05%, a 91,640 pontos. O euro cedia a US$ 1,1970, de US$ 1,1980 no fim da tarde de ontem. O dólar caía a 108,77 ienes, de 108,93 ienes no fim da tarde anterior. A libra subia a US$ 1,3797, de US$ 1,3783.