O dólar ampliou a alta no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 13, com as atenções voltadas à política local, após ter desacelerado os ganhos iniciais, em meio à divulgação dos dados do varejo brasileiro, que vieram em linha com as expectativas e mais fortes que no mês anterior. Os investidores estão atentos aos desdobramentos da saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL e a criação do partido Aliança pelo Brasil, anunciados após o fechamento do câmbio e juros. Também monitoram a reunião do presidente Jair Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o advogado-geral da União, André Luiz de Almeida, além do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há compasso de espera também pelo índice de inflação ao consumidor dos Estados Unidos (10h30) e o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell (13h00).

No fim do dia ontem, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), seu filho, sejam alvo de inquérito para apurar se ambos cometeram o crime de obstrução de Justiça ao obter dados da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, no âmbito das investigações sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. O relator do caso no STF é o ministro Alexandre de Moraes. No início deste mês, Bolsonaro disse a jornalistas ter obtido os áudios de ligações feitas entre a portaria e as casas do condomínio antes que elas tivessem sido “adulteradas” e disse que “a voz não é minha”.

Também nesta terça, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, desativou, sem aviso prévio, suas contas no Twitter, Instagram e Facebook, que estavam ativas até a noite da última segunda-feira. Seu canal no YouTube continua ativo. De 1.º de janeiro, quando Bolsonaro tomou posse, até as 18h20 da última segunda-feira, Carlos fez 1204 postagens – média de quatro por dia – no Twitter, de acordo com dados da Datatora, ferramenta que mapeia postagens em redes sociais.

A reação do Senado a programas e reformas apresentados pelo governo nutre ainda um pano de fundo de cautela. Ontem, Bolsonaro sofreu derrota no Congresso. Uma comissão de deputados e senadores rejeitou, por 13 votos contrários e cinco favoráveis, o conteúdo da medida provisória assinada pelo presidente, que permite a publicação de balanços de empresas apenas na internet. A MP entrou em vigor em agosto, tem validade até 3 de dezembro e ainda precisar passar pelo plenário da Câmara e Senado. A Casa também adiou para a próxima terça-feira, dia 9, a votação da proposta que permite a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência. Os senadores também criticaram dois pontos da medida provisória assinada por Bolsonaro nesta semana: a proposta de taxar em 7,5% o seguro-desemprego para bancar o custo da contratação de jovens entre 18 e 29 anos e a exclusão de pessoas com mais de 55 anos da proposta. “Para abrir o emprego para o jovem eles estão tributando o desempregado. Nós vamos ter de ajustar”, disse ao Broadcast Político o líder do MDB, Eduardo Braga (AM).

No mercado à vista, por volta das 9h40, o dólar registrou máxima em R$ 4,1802 (+0,330%). O dólar futuro de dezembro estava em alta de R$ 4,1835 (+0,25%).

As vendas do comércio varejista subiram 0,7% em setembro ante agosto, em linha com a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. As vendas de agosto ante julho foram revisadas de 0,1% para 0,2%.

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