O dólar à vista abriu e segue em queda nesta manhã de sexta-feira, 15. O mercado reage ao novo programa de swaps cambiais, anunciado na Quinta-feira (14) pouco antes das 19h pelo Banco Central (BC). “O mercado abriu precificando ‘os novos US$ 10 bilhões'”, disse o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado Neto, referindo-se ao programa de swaps para a semana que vem anunciado ontem pelo BC.

Segundo o comunicado divulgado pela autoridade monetária, a estimativa é oferecer mais US$ 10 bilhões. “Esse montante poderá ser ajustado para cima ou para baixo, dependendo das condições de mercado”, destaca a nota do BC.

Por volta das 10h, entretanto, a moeda marcou máxima ante o real aos R$ 3,7876 em queda de 0,57%. Pouco antes, havia marcado mínima aos R$ 3,7521 (-1,51%). A máxima intraday do dólar à vista aconteceu mesmo depois de o BC vender o lote integral de um leilão extraordinário de 35 mil contratos (US$ 1,75 bilhão) de dinheiro novo.

Com esse total, a autoridade monetária já colocou US$ 20,5 bilhões dos US$ 24,5 bilhões prometidos para o período de 8 a 15 de junho. Falta ofertar, portanto, um total de US$ 4 bilhões ainda nesta sessão. “Esse valor o de US$ 24,5 bi já está no preço”, diz o operador da H.Commcor

A queda menos acentuada do dólar ante o real encontra justificativa no fortalecimento da moeda ante emergentes e num clima de apreensão que começa a se consolidar no exterior. Essa maior apreensão acontece porque a tensão com o conflito comercial entre Estados Unidos e China ganhou cores mais fortes nesta sexta.

O governo americano anunciou oficialmente nesta manhã tarifa de 25% sobre US$ 50 bilhões em importações da China. A tarifação têm como alvo 1.102 produtos do país asiático. Não estão inclusos “produtos comumente comprados por consumidores americanos, como telefones celulares ou televisores”.

O anúncio pesou contra as bolsas da Europa e sobre os índices acionários futuros de NY. Em contrapartida, o ministério do comércio chinês prometeu retaliação imediata e na mesma medida contra as empresas americanas.

É importante destacar que a nova ação do Banco Central para conter a volatilidade do mercado cambial é feita em conjunto de forma coordenada com o Tesouro Nacional. Assim como o BC, o Tesouro anunciou uma injeção bilionária para os próximos dias. Serão realizados leilões diários de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F); Letras do Tesouro Nacional (LTN); e Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B).

Às 10h08 desta sexta, o dólar à vista caía a R$ 3,7836 em queda de 0,68%. O dólar futuro (contrato para julho) recuava 0,51% aos R$ 3,7910.