SÃO PAULO (Reuters) -Após recuos em seis das últimas sete sessões, o dólar à vista fechou esta terça-feira em alta ante o real, mas sem força para se afastar dos patamares mais recentes, com investidores à espera de novidades sobre o novo arcabouço fiscal e com o exterior contribuindo para que a moeda terminasse no positivo.

Durante a manhã, o dólar oscilou entre altas e baixas em diferentes momentos, mas no início da tarde se deslocou para o campo positivo.

Essa alta foi influenciada pelo exterior, ainda que lá fora a moeda norte-americana se mantivesse em queda. Com a desaceleração da baixa do dólar no exterior no início da tarde, a moeda norte-americana também reagiu no Brasil e se firmou em alta.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,0831 reais na venda, em alta de 0,25%.

Na B3, às 17:15 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,27%, a 5,1025 reais.

No início da sessão, o dólar chegou a marcar a mínima de 5,0495 reais (-0,41%), mas depois foi desacelerando a baixa. Profissionais ouvidos pela Reuters lembraram que, além de a moeda estar próxima dos 5,05 reais — um patamar que costuma atrair os compradores – nos últimos dias houve uma reorganização de posições nos mercados de derivativos cambiais. Na prática, os participantes do mercado se reposicionaram e, agora, sem notícias de impacto no cenário, há menos espaço para movimentos radicais.

Levantamento da Commcor DTVM mostra que, de 27 de março para 3 de abril, os investidores estrangeiros reduziram sua posição comprada (no sentido de alta do dólar) de 45,5 bilhões de dólares para 38,4 bilhões de dólares. Ou seja, a posição comprada caiu 7,1 bilhões de dólares. Os números levam em conta contratos futuros de dólar, minicontratos, cupons cambiais e swaps.

Este movimento acabou se refletindo na queda das cotações do dólar à vista em todos os dias da semana passada.

“Vimos que o mercado flertou com um dólar a 5,02 reais ou 5,03 reais. Mas as posições se movimentaram bastante. Então não há muito espaço para grandes oscilações agora”, avaliou Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM.

A semana de agenda mais fraca e feriado na sexta-feira é outro motivo para as posições não mudarem tanto no Brasil, com os investidores à espera dos desdobramentos do novo arcabouço fiscal, apresentado oficialmente na semana passada.

No exterior, o dólar sustentava perdas ante uma cesta de moedas no fim da tarde.

Às 17:15 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,47%, a 101,550.

Na manhã desta terça-feira, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem.

(Por Fabrício de Castro; edição de Isabel Versiani e André Romani)

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