Após certo ceticismo com o processo de impeachment desde a última segunda-feira, 4, os investidores voltaram a elevar nesta sexta-feira, 8, as apostas de que Dilma Rousseff pode perder a Presidência. O gatilho para isso foi o novo parecer do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendando a anulação da posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. Outras notícias reforçaram o movimento ao longo do dia, o que fez o dólar à vista ceder 2,40%, aos R$ 3,5971. Foi o maior recuo para o dólar desde 17 de março – dia em que Lula tentava tomar posse em Brasília.

Na noite de ontem, Janot mudou sua recomendação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu que a corte anule a posse de Lula. Antes, o procurador-geral havia defendido a posse do ex-presidente e pedido que as investigações sobre ele fossem mantidas na Justiça de primeiro grau, em Curitiba. Este novo parecer servirá de subsídio para que o STF decida, em plenário, se Lula assume ou não o cargo, o que pode ocorrer na próxima semana.

Apesar da indefinição, os investidores hoje avaliaram que, se Lula perder o ministério – e o foro privilegiado -, o poder de articulação política do governo diminui, elevando as chances de Dilma sofrer o impeachment. O Placar do Impeachment do Grupo Estado, atualizado ao longo do dia, mostrava 283 deputados a favor do impedimento, 114 contrários e 62 indecisos, sendo que 54 não haviam respondido. Ontem, o placar indicava 274 deputados a favor. São necessários 342 votos.

Durante a sessão, investidores também citavam notícias de dias anteriores para justificar o movimento de busca por risco. Entre elas, o destaque era a homologação da delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez.

O dólar recuou durante toda a sessão. Às 11h48, marcou a máxima de R$ 3,6638 (-0,59%) e, às 16h53, indicou R$ 3,5956 (-2,44%). Pela manhã, o Banco Central também voltou a atuar com swaps cambiais reversos, em operação cujo efeito é equivalente à compra de dólares no mercado futuro. Porém, foram vendidos apenas 3 mil contratos de swap reverso (US$ 149,2 milhões), em um total de 11.500 contratos oferecidos.

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