A Coreia do Norte lançou, nesta quinta-feira (15), dois mísseis de curto alcance que caíram na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do Japão, pouco depois de Pyongyang advertir que haveria “inevitavelmente” uma resposta às manobras conjuntas entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul.

“Dois mísseis balísticos caíram na ZEE (Zona Econômica Exclusiva)”, que se estende por até 200 milhas náuticas (370 quilômetros) da costa japonesa, entre as águas territoriais e as internacionais, disse Kimi Onoda, secretária parlamentar do ministro japonês da Defesa.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, explicou que os disparos não causaram danos.

Essas ações “violam as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e constituem um ato temerário que agrava as provocações (de Pyongyang) ante a comunidade internacional”, disse à imprensa.

Em um comunicado conjunto incomum, divulgado por Washington, após uma reunião realizada no Japão entre os conselheiros para a segurança nacional dos três países, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul assinalaram que “estes disparos constituem uma clara violação a múltiplas resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.

Os disparos “demonstram a ameaça que as armas ilegais de destruição em massa e os programas de mísseis balísticos (da Coreia do Norte) representam para a região”, apontaram.

O Estado-Maior Conjunto de Seul informou, por sua vez, ter detectado o lançamento de “dois mísseis balísticos de curto alcance da área de Sunan rumo ao Mar do Leste entre 19h25 e 19h37 (07h25 e 07h37 do horário de Brasília)”, referindo-se ao também conhecido como Mar do Japão.

“Intensificamos o monitoramento em caso de novas provocações e estamos mantendo a disposição em estreita coordenação com os Estados Unidos”, acrescentou o Estado-Maior Conjunto de Seul.

As relações entre as duas Coreias estão em um dos piores momentos dos últimos anos.

A Coreia do Norte lançou em 2023 vários mísseis desde o início do ano, em uma série de violações das sanções contra o país, incluindo os disparos de mísseis balísticos intercontinentais.

Em resposta, o governo do presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, reforçou a cooperação de defesa com os Estados Unidos, com exercícios militares conjuntos frequentes em larga escala.

As manobras conjuntas atuais, que incluem munição real, “são dirigidas à RPDC (Coreia do Norte), mobilizando uma enorme quantidade de vários tipos de armas e equipes ofensivas”, disse, nesta quinta, um porta-voz do ministério norte-coreano da Defesa.

“Nossa resposta a isso é inevitável”, alertou. “Nossas forças armadas se oporão plenamente a qualquer forma de ação demonstrativa e de provocação dos inimigos”.

A Coreia do Norte efetua regularmente lançamentos de mísseis na região, que são condenados por seus vizinhos, Coreia do Sul e Japão, dois aliados dos Estados Unidos.

Nenhum míssil norte-coreano, no entanto, havia caído na ZEE japonesa nos últimos meses.

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