Dois jogadores confessam participação no escândalo de manipulação de apostas

Os jogadores Moraes e Kevin Lomónaco, investigados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, confessaram ter participado no caso de manipulação de apostas em jogos. Em vídeo obtido pelo “UOL”, a dupla explica a situação ao MP-GO.

– No início eu não quis, fiquei com medo, falei que poderia me prejudicar e tinha medo de alguém descobrir. (…) Mais para frente ele (o aliciador) falou comigo, disse que ia pagar R$ 30 mil, R$ 5 mil antes do jogo. Fiquei com medo, mas estava precisando da grana e acabei topando fazer – revelou Moraes.

Moraes, que na época atuava pelo Juventude, foi procurado pelo aliciador para levar um cartão amarelo na partida do clube gaúcho contra o Palmeiras, no Brasileirão de 2022. O lateral também revelou ter aceitado participar do esquema para ser advertido no jogo contra o Goiás.

Já Kevin Lomónaco assumiu ter participado do esquema ao receber cartão amarelo na partida entre Red Bull Bragantino, clube que defende, e América-MG, também no último Brasileirão. O aliciador tinha prometido R$ 70 mil ao zagueiro argentino, que tomou cartão, mas pagou R$ 30 mil.

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– Ele falava que eu ia ganhar dinheiro rápido, que somente tinha que pegar cartão amarelo. Aceitei. Mas eu fiz sem conhecimento algum que era um crime, algo assim. Fiz assim, normal, não perguntei nada pra ninguém – contou Lomónaco ao promotor do MP-GO, Fernando Cesconetto.

Ainda segundo o “UOL”, os dois aceitaram um acordo de não persecução penal por conta da confissão, e passaram a ser testemunhas das investigações. Ambos foram afastados dos seus clubes. Após saída do Juventude, Moraes foi contratado pelo Atlético-GO e está emprestado à Aparecidense.

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O CASO
A investigação iniciada pelo MP-GO listou pelo menos 13 partidas com suspeita de esquema de manipulação. Segundo o site do órgão, oito jogos seriam da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, além de um da Série B e quatro em estaduais neste ano.

Os jogadores denunciados são Eduardo Bauermann, do Santos; Gabriel Tota, do Ypiranga; Victor Ramos, da Chapecoense; Igor Cariús, do Sport; Paulo Miranda, do Náutico; Fernando Neto, do São Bernardo; e Matheus Gomes, do Sergipe. Bruno Lopez, um dos apostadores detido na primeira fase da operação, seria o líder do esquema, segundo o MP-GO.