Dois israelenses e quatro palestinos morreram nesta quinta-feira (13) em diferentes ataques na Cisjordânia ocupada, em uma escalada de violência que levou as autoridades israelenses a bloquearem a cidade de Ramallah e enviarem reforços.
O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, anunciou na quinta-feira “legalizará” milhares de residências construídas sem permissão por colonos na Cisjordânia ocupada.
No total, seis pessoas morreram nas últimas 24 horas mais violentas vividas na Cisjordânia ocupada e Jerusalém em meses.
“Um terrorista saiu de seu veículo e atirou na direção de soldados e civis israelenses que esperavam em um ponto de ônibus”, declarou o Exército israelense.
Uma porta-voz militar confirmou à AFP a morte de dois israelenses sem corroborar a informação de que eles seriam soldados. Os serviços de resgate relataram pelo menos dois feridos neste ataque perpetrados perto da cidade de Ramallah e de uma colônia israelense.
O agressor fugiu, segundo os militares.
Os militares israelenses decidiram bloquear Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, e enviar vários batalhões de infantaria para a Cisjordânia ocupada.
Nos últimos meses, a Cisjordânia, território ocupado há mais de 50 anos pelo Exército israelense, registrou um aumento da violência, e por essa razão as autoridades israelenses lançaram várias advertências.
As forças israelenses anunciaram ter matado na noite de quarta-feira dois homens envolvidos em dois ataques: um em 7 de outubro, no qual morreram dois israelenses em Barkan e o de 9 de dezembro, que deixou sete feridos, entre eles uma grávida de 21 anos na entrada da colônia de Ofra.
Paralelamente, nesta quinta-feira, dois policiais israelenses ficaram feridos em um ataque a faca em Jerusalém Oriental sem relação com as operações na Cisjordânia. O agressor era um palestino que foi morto, segundo a polícia israelense.
Além disso, um quarto palestino foi morto por soldados perto de Ramallah quando tentava atropelá-los com seu veículo, informou um comunicado do exército israelense.
– Hamas reivindica ataques –
Na quarta-feira à noite, militares israelenses mataram Sala Omar Barghuti, de 29 anos, envolvido, segundo o Exército, no ataque de 9 de dezembro em que uma ou várias pessoas atiraram de dentro de um veículo contra israelenses em um ponto de ônibus.
Uma grávida atingida pelos disparos deu à luz prematuramente. O bebê faleceu na quarta-feira, segundo as autoridades.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu que os autores do ataque seriam encontrados.
Sala Omar Barghuti morreu em circunstâncias não esclarecidas perto de Ramallah quando tentava escapar das forças israelenses, informaram as mesmas, sem explicar se se tratava de quem atirou ou de um cúmplice.
Desde domingo, as forças israelenses empregaram importantes meios para encontrar os suspeitos e chegaram a invadir a sede do ministério das Finanças palestino e da agência oficial Wafa, em Ramallah.
Na noite de quinta-feira, Netanyahu prometeu legalizar centenas de assentamentos construídos sem permissão pelas autoridades israelenses.
Todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia são considerados ilegais e um grande obstáculo para a paz, mas o governo distingue os que foram autorizados dos que foram construídos sem permissão.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, condenou os ataques antiisraelenses, mas apontou os bombardeios israelenses como causa potencial da revolta.
“O clima criado pela política de repetidas incursões nas cidades, as provocações contra a soberania do presidente e a falta de um horizonte para a paz foi o que levou a esta série inaceitável de violência que condenamos e rechaçamos”, disse.
Entre a Cisjordânia e Jerusalém oriental, mais de 600.000 colonos israelenses convivem frequentemente de forma conflituosa com três milhões de palestinos. A colonização é ilegal, segundo o direito internacional.