Dois executivos do jornal pró-democracia Apple Daily de Hong Kong foram acusados nesta sexta-feira (18) com base na polêmica nova lei de segurança, anunciou a polícia, um dia após uma operação das forças de segurança na redação do periódico.

Em um comunicado curto, a polícia afirmou que dois diretores do jornal, de 47 e 59 anos, foram acusados de “conluio com um país estrangeiro ou com elementos externos para colocar em perigo a segurança nacional”.

O Apple Daily informou que os dois executivos acusados são o chefe de redação, Ryan Law, e o diretor geral da publicação Cheung Kim-hung.

Os dois serão levados ao tribunal no sábado, segundo a polícia.

Na quinta-feira, quase 500 agentes entraram na redação do jornal e apreenderam computadores e outros objetos como provas.

As autoridades afirmaram que a operação foi motivada por artigos que supostamente defendiam sanções contra a China.

Esta é a primeira vez que textos publicados em Hong Kong provocam detenções com base na nova lei, que reprime a dissidência neste centro internacional de negócios.

Cinco executivos do Apple Daily foram detidos na operação. A polícia afirmou que os três diretores restantes permanecem sob custódio e estão sendo interrogados.

Mais de 100 pessoas foram detidas com base na nova lei de segurança que a China impôs em Hong Kong há quase um ano, com o objetivo de acabar com a dissidência após as grandes manifestações pró-democracia de 2019.

Mais de 60 pessoas foram indiciadas e a grande maioria teve rejeitada a liberdade sob fiança.