Dois americanos libertados da prisão na Venezuela chegam aos EUA

Dois americanos, incluindo um dos seis ex-executivos do grupo petroleiro Citgo condenados por corrupção na Venezuela, chegaram nesta quarta-feira (9) aos Estados Unidos depois de serem libertados na terça-feira em Caracas, dias depois que uma delegação de alto nível norte-americana conversou com o presidente Nicolás Maduro.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, confirmou que Gustavo Cárdenas e Jorge Alberto Fernández retornaram ao país em um comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira.

“Expressamos nossa mais profunda gratidão aos nossos muitos parceiros ao redor do mundo que se juntaram a nós para pedir sua libertação”, disse ele.

“Enquanto saudamos este importante passo positivo, continuamos a pressionar pela libertação de todos os cidadãos americanos detidos injustamente na Venezuela e em todo o mundo”, disse Blinken.

Gustavo Cárdenas foi vice-presidente de Relações Estratégicas da subsidiária da estatal PDVSA nos Estados Unidos. O outro libertado é o cubano-americano Jorge Alberto Fernández, preso no início de 2021 no estado de Táchira (fronteira com a Colômbia) e acusado de “terrorismo”.

Conhecidos como “Citgo 6”, seis ex-executivos do Citgo – cinco cidadãos norte-americanos e um residente permanente – foram detidos na Venezuela em 2017. Washington pediu repetidamente sua libertação.

A ONG Coalizão pelos Direitos Humanos e Democracia referiu-se à libertação de Fernández no Twitter: “Ele foi detido injustamente (…) e acusado de ser terrorista, simplesmente por carregar um drone”, segundo esse grupo.

Fernández alegou que estava fazendo turismo na Venezuela e que foi interceptado pelos militares em um posto de controle.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse na terça-feira que os dois homens foram “injustamente detidos na Venezuela”.

O encontro entre uma delegação de alto nível dos EUA e Maduro no fim de semana foi visto como um potencial ponto de virada nas relações, depois que os EUA encerraram as operações de sua embaixada venezuelana em 2019. Washington não reconhece a reeleição de Maduro em 2018 e reconhece o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino.