Doente, opositor russo Navalny denuncia novas privações na prisão

Doente, opositor russo Navalny denuncia novas privações na prisão

O opositor russo Alexei Navalny, que está preso há dois anos, afirmou, nesta quarta-feira (11), que apresentava sintomas gripais e que teve acesso negado a atendimento médico satisfatório.

Seus partidários denunciam uma tentativa do Kremlin de “matá-lo” pouco a pouco.

De sua cela, Navalny deveria assistir, durante o dia e por videoconferência, a três audiências relativas a denúncias contra as restrições impostas pela administração penitenciária.

O opositor, no entanto, dirigiu-se à juíza e solicitou o adiamento das três audiências por razões de saúde, o que foi concedido, confirmou à AFP sua porta-voz, Kira Iarmich.

Navalny, de 46 anos, afirmou que tinha que travar “uma luta amarga” para obter “medicamentos básicos” e que lhe foi negado um pedido de hospitalização na unidade médica de sua prisão, situada a 250 km de Moscou.

“Levei quatro dias para conseguir um pouco mais de água quente”, disse, citado por sua equipe, afirmando que apresenta “febre e pressão alta”.

Além disso, indicou que a administração penitenciária obrigava seu companheiro de reclusão a ir e voltar entre a unidade médica da prisão, afetada por um surto de gripe, e sua cela.

O presidente da Rússia “[Vladimir] Putin continua tentando matar Navalny, mas de maneira mais discreta e lenta”, denunciou a equipe do opositor nesta quarta.

Cerca de 500 médicos russos firmaram um abaixo-assinado, publicado no Facebook, pedindo a Putin que proporcionasse cuidados adequados a Navalny e que pusesse fim aos “maus tratos” contra ele.

Na segunda-feira, o ativista anunciou que, em 31 de dezembro, foi enviado pela décima vez a uma cela disciplinar, por um período de 15 dias, onde o seu isolamento e seus direitos estão ainda mais limitados. A punição se deu porque ele havia se banhado antes do horário regulamentar.

Navalny, um firme opositor de Vladimir Putin e da ofensiva militar na Ucrânia, foi detido na Rússia em janeiro de 2021, ao retornar ao país depois de sofrer um envenenamento grave, que ele atribui ao Kremlin.

Em março do ano passado, foi condenado a nove anos de prisão em regime de “segurança máxima” por acusações de “fraude” que ele considera armadas.