Isis Valverde desabafou no Instagram sobre a dificuldade para se alimentar devido ao diagnóstico de doença celíaca. Segundo o Conselho Nacional de Saúde, a condição afeta em torno de 2 milhões de pessoas no Brasil, mas a maioria delas encontra-se sem diagnóstico. 

Rogério Pinheiro Alves, médico gastroenterologista da A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que a doença celíaca é uma condição autoimune na qual o sistema imunológico reage de forma adversa ao glúten. Por isso, é popularmente conhecida como intolerância ao glúten

“Isso leva à inflamação e danos ao revestimento do intestino delgado, interferindo na absorção adequada de nutrientes. As causas exatas não são completamente compreendidas, mas fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante”, informa o médico.

Ele explica que alimentos que contêm glúten são os mais prejudiciais para pessoas com doença celíaca. Isso inclui trigo, cevada, centeio e seus derivados, como pão, massas, bolos, biscoitos e cerveja.

Os sintomas são diversos e podem se apresentar em conjunto: diarreia, constipação, dor abdominal, inchaço, fadiga, perda de peso, anemia, erupções cutâneas, dores de cabeça, dores articulares, entre outros. 

A doença costuma se manifestar na infância, mas pode ocorrer em qualquer idade, inclusive na fase adulta. “O diagnóstico é feito com exames de sangue para detectar anticorpos associados à doença celíaca – anti transglutaminase tecidual seguido de uma biópsia do intestino delgado”, informa Rogério.

Os riscos da doença celíaca incluem deficiências nutricionais, devido à má absorção de nutrientes, osteoporose, problemas de saúde reprodutiva, distúrbios neurológicos e um risco aumentado de certos tipos de câncer, como linfoma intestinal.

Segundo Rogério, não há cura para a condição. O tratamento envolve uma dieta rigorosa isenta de glúten. Por isso, acompanhamento nutricional é recomendado aos pacientes.