A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, deu sobrevida à Lava Jato, de Curitiba, que está no olho do furacão por causa do vazamento de mensagens entabuladas entre os procuradores da República do Paraná o e ex-juiz Sergio Moro. Ela acaba de prorrogar o prazo da operação por mais um ano. A ação dos procuradores do Paraná é vinculada à PGR e só ela pode determinar se a operação para ou continua.

A Lava Jato começou em 2014 e foi criada com o aval do ex-PGR, Rodrigo Janot. A prorrogação da validade da Lava Jato surge em um momento delicado em que o chefe da procuradoria da República do Paraná, Deltan Dallagnol, está no meio de um tiroteio envolvendo até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal que querem sua cabeça. Deltan teria feito um movimento para investigar o ministro Gilmar Mendes, do STF, e sua esposa Guiomar, que teriam valores não declarados em seu imposto de renda.

O presidente do STF, Dias Toffoli, também teria estado no farol de Deltan. Os dois ministros ficaram indignados com a pretensa investigação do procurador da Lava Jato. Deltan, porém, nega que tenha determinado qualquer investigação sobre a vida financeira dos ministros. De qualquer forma, num momento em que Deltan mostra-se fragilizado, o apoio de Raquel Dodge o fortalece.

O mais interessante é que os dois chegaram a estar cotados para o próximo mandato de procurador-geral da República, mas pelo andar da carruagem nem Raquel será reconduzida e nem Deltan será nomeado. O presidente Bolsonaro, a quem cabe fazer a indicação, não gosta de nenhum dos dois. O mais cotado continua sendo o subprocurador Augusto Aras. Bolsonaro deve indicar o sucessor de Raquel nos próximos dias.