O filme “Humano — Uma Viagem pela Vida”, que entra em cartaz no Rio de Janeiro e em São Paulo na quinta-feira 6, foi lançado de maneira pouco usual: em vez de estrear em cinemas, sua primeira projeção foi feita no Salão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Pela primeira vez, um filme servia de porta-voz dos povos representados na ONU. É exatamente essa a percepção que se tem ao assisti-lo. Em duas horas e vinte e três minutos, “Humano” resume mais de duas mil entrevistas realizadas em 63 países pelo fotógrafo, diretor e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand. Há depoimentos de refugiados sírios, veteranos de guerra dos Estados Unidos, condenados à pena de morte, camponeses, aborígenes e do uruguaio José Mujica, ex-guerrilheiro que ficou dez anos na solitária e foi eleito presidente.

MOSAICO Filme mostra pessoas de 63 países:
Retrato da “alma humana”

OLHARES

Os relatos contrapõem diferentes visões de mundo, mostrando como varia o entendimento que cada um pode ter daquilo que faz de nós seres humanos. “As entrevistas nos contam sobre todos os assuntos, das dificuldades em crescer à busca por amor e felicidade”, diz Yann Arthus-Bertrand.

No coração do filme, contudo, estão grandes problemas da humanidade: pobreza, guerra, imigração, consumismo, homofobia. Conhecido pelas incríveis fotos do livro “A Terra Vista do Céu”, que vendeu mais de 3 milhões de cópias, Yann usa belas tomadas aéreas no filme, que intercala os depoimentos a cenas de forte impacto visual.

Há nômades cruzando o deserto, bandos de aves migratórias, mercados, lixões — imagens que reforçam o que os entrevistados dizem. “Foi em rostos, olhares e palavras que encontrei uma poderosa forma de alcançar as profundezas da alma humana”,
afirma o diretor.

Confira o trailer: