Quênia comemorou uma dobradinha neste domingo na maratona de Nova York com duas vitórias categóricas de Geoffrey Kamworor no masculino, e de Joyciline Jepkosgei, que mais cedo acabou com o reinado de Mary Keitany na prova feminina.

Vencedor em 2017, Kamworor atacou a 5 mil metros do final para deixar atrás o também queniano Albert Korir e alcançar a vitória com um tempo oficial de 2 horas 8 minutos e 13 segundos.

Kamworor, Korir e o etíope Tamirat Tola se distanciaram dos demais atletas na marca dos 33 quilômetros mas Tola acabou cedendo, deixando a briga para Korir e Kamworor, cuja velocidade final e instinto para atacar acabaram sendo determinantes a partir dos 37 quilômetros.

Korir terminou em segundo com um tempo de 2h08:36, na frente de Girma Bekele Gebre, da Etiópia, que ficou em terceiro com 2h08:38.

“Me sentia bem, muito confortável e estava pronto para tudo”, analisou Kamworor, de 26 anos. “Os últimos quilômetros da corrida foram muito rápidos. Mas me sentia forte e foi aí que decidi acelerar”.

A decepção foi para o etíope Lelisa Desisa, que tentava ganhar títulos consecutivos apenas 29 dias depois de ganhar o ouro na maratona do Mundial de Doha. Desisa liderou a maratona desde o início, mas mostrou claras dificuldades e acabou se retirando depois de correr onze quilômetros.

– Estreia brilhante –

Na prova das mulheres, Jepkosgei surpreendeu ao conseguir a vitória em sua estreia na distância.

Assim como Kamworor, a queniana também mostrou excelentes dotes táticos, se distanciando da campeã de 2018, Keitany, nos últimos quilômetros para cruzar a linha de chegada com um tempo oficial de 2h22:38 segundos, o segundo mais rápido da história da prova nova-iorquina.

Jepkosgei, de 25 anos, nunca havia corrido uma maratona competitiva, enquanto que sua compatriota Keitany buscava seu quinto título sobre o asfalto de Nova York.

As duas mulheres integraram um pelotão de três, junto com Ruti Aga, da Etiópia, que escapou e permaneceu à frente enquanto avançavam rumo a Manhattan no quilômetro 25; embora Keitany e Jepkosgei tenham começado a se afastar por volta do quilômetro 32 e logo deixaram para trás a etíope.

Jepkosgei atacou no quilômetro 37, se distanciando em 16 segundos de Keitany, uma vantagem definitiva rumo à vitória. Encarando o último quilômetro, olhou por cima do ombro para conferir se avistava sua adversária que durante a corrida pareceu sofrer com vômitos e não oferecia mais perigo.

Jepkosgei obteve uma excelente vitória, deixando de bater o recorde de 2h22:31, de Margaret Okayo em 2003, por muito pouco.

“Sabia que Mary tinha mais experiência em maratona, então eu estava tentando ir além”, explicou uma radiante Jepkosgei após a vitória.

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