Segundo uma fonte altamente confiável (o Dr. Google), buraco negro é uma região do espaço-tempo em que o campo gravitacional é tão intenso que nada — nenhuma partícula ou radiação eletromagnética como a luz — pode escapar. Já segundo as cenas reais de Brasília, o clã Bolsonaro é uma família de políticos em que a ambição por dinheiro é tão intensa que nada — nenhuma rachadinha ou mansão milionária — pode escapar. Os Bolsonaros perseguem do tostão ao milhão com a mesma voracidade, haja vista as geladeiras vazias deixadas no Palácio da Alvorada, ou mesmo cada centavo recolhido no espelho d’água da residência oficial. Sim, é sério. A turma não apenas levou cada fatia de queijo prato como as moedinhas atiradas pelos visitantes. Sem falar que a adega ficou mais vazia que meu tanque de gasolina após a reoneração dos impostos.

A mais nova investida bolsonarista contra os cofres públicos, em nome de Jesus, é claro, se deu sob a forma da tentativa de importação ilegal de joias — contrabando, para os mais pobres. Muambeiros de luxo, o casal Jair e Micheque, ops!, Michelle usou como “mula” um servidor federal, mocando em sua mochila um estojo entupido de diamantes e joias de marcas famosas. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos e Chopard no pulso. Ao voltar para o País após viagem oficial à Arábia Saudita, a delegação brasileira trouxe na bagagem um presente do governo árabe, portanto, um bem do Estado, livre de impostos de importação. Contudo, o “mito” e sua esposa resolveram apropriar-se do presente, alegando ser um mimo à primeira-dama. Ato contínuo, deveriam declarar as joias à Receita Federal e recolher os impostos devidos. Mas não seriam quem são se assim procedessem.

A mais nova investida bolsonarista contra os cofres públicos, em nome de Jesus, é claro, se deu sob a forma da tentativa de importação ilegal de joias. Em outras palavras, contrabando

Bens confiscados, restou aos patriotas as carteiradas do tipo: “sabem com quem estão falando?”. Para o azar dos “cidadãos de bem”, verdadeiros cidadãos de bem, lotados na Receita Federal, rechaçaram todas as tentativas bolsonaristas de retomada à força de um patrimônio brasileiro — dessa vez não foi a nossa democracia, mas um presente de uma nação estrangeira, ou bens confiscados após tentativa de importação ilegal. Quando o fujão retornar ao Brasil, terá de negociar com seus advogados a inclusão de mais um enrosco judicial nos honorários. Se bem que, conforme já anunciado pelo Partido Liberal, o butim será espetado nos trouxas aqui. Eles brigam por cada tostão. Nós pagamos cada milhão.