Laís ribeiro

Ela nasceu na pequena cidade de Miguel Alves, zona rural do Piauí. Filha de uma família simples, seu sonho era ser enfermeira. Descoberta por um olheiro, não demorou  para Laís Ribeiro se tornar um nome em ascensão no mercado mundial de moda. “Se não fosse modelo, seria enfermeira”, diz. “Eu já estudava para ser enfermeira.” Agora, aos 25 anos, Laís é uma das três brasileiras, única da nova geração, a ser alçada a angel da Victoria’s Secret, título para poucas tops na grife francesa de moda íntima que arrasa quarteirões nas passarelas com seu desfile anual. Além do status, o título rende contratos milionários. Gisele Bundchen, por exemplo, foi uma angel, o que ajudou a alavancá-la para o topo. Presente no ranking das modelos mais sexy do mundo segundo o site models.com, referência da moda internacional, Laís já foi musa declarada do estilista Frances Jean-Paul Gaultier. De Gucci a Dior, de Dolce&Gabbana a Ralph Lauren, ela já trabalhou para 15 das mais respeitadas grifes mundiais. Pela consolidação de sua carreira internacional neste ano, Laís foi escolhida por IstoÉ Brasileira do Ano na Moda.

O último desfile da Victoria’s Secret, ao lado de Lady Gaga, celebrou o seu momento. “Manter a tradição brasileira é uma honra e uma responsabilidade. O reconhecimento é gratificante mas tenho os pés no chão”, diz ela. Para Laís, a moda lhe deu a oportunidade de construir uma carreira para se orgulhar e um futuro estável para o filho. “A visibilidade que a moda oferece é também uma oportunidade para levantar questões que sejam construtivas de alguma forma. A moda me ensinou a enxergar o mundo de um jeito mais diverso.”  Cor de pele negra e os cabelos de índia, resultante da miscigenação na família, rendeu a Laís o apelido de Pocahontas da moda. Rendeu preconceitos também. “Sim, já vivenciei o preconceito, velado ou explícito, a melhor maneira de rebatê-lo é transmitindo amor e respeito pelo ser humano”, diz ela. “As minorias são alvo de preconceito desde que o mundo é mundo. Os negros, as mulheres, os LGBTs e muitos outros. É reflexo da falta de amor e de respeito”.

Na frenética ponte aérea São Paulo-Nova York- Paris, Laís hoje reside em Nova York com o filho Alexandre, 7 anos, que foi  morar com ela depois que sua carreira se consolidou. Há três anos, a trajetória tem um parceiro. Laís namora o jogador americano de basquete Jared Homan. É ainda embaixadora mundial do Bottletop, projeto com engajamento social e sustentável para ajudar mulheres artesãs em países da África e do Brasil. As peças são feitas de anéis de latinhas de alumínio.
Um dos momentos emocionantes da modelo em 2016 foi testemunhar o discurso de Barack Obama no último White House Correspondents Dinner, em abril. “Fiquei lisongeada por ter sido convidada”, diz. Laís se emocionou com as palavras de Obama em seu bem humorado discurso sobre o fim de seus oito anos de governo. “Sendo negra e mulher, admiro um presidente que se preocupa com a diversidade e a inclusão. Tenho um filho e me preocupo com o mundo que ele vai encontrar pela frente.”

“A diversidade humana é enriquecedora e precisa ser respeitada”