A indústria do audiovisual passa por uma crise no Brasil, mas o diretor Caio Cobra não tomou conhecimento disso: ele acaba de lançar dois longas na Netflix em menos de um mês. Intervenção é uma espécie de lado B de Tropa de Elite, onde os policiais não são apenas justiceiros implacáveis, mas homens e mulheres mais conscientes, que questionam seu trabalho e interagem com a comunidade. Estrelado por Marcos Palmeira, Babu Santana e Bianca Comparato, tem roteiro de Gustavo de Almeida e Rodrigo Pimentel, autor de Elite da Tropa, livro que deu origem ao sucesso de bilheteria de José Padilha. Já Virando a Mesa foi escrito pelo próprio Caio Cobra, e traz uma história repleta de reviravoltas que lembram os filmes independentes americanos dos anos 1990. A trama mostra o policial Jonas (Rainer Cadete) em uma operação para fechar um jogo de pôquer que funciona em uma boate clandestina de strip-tease, mas ele acaba se envolvendo com o jogo e com a sexy dançarina Nina, papel de Monique Alfradique. As duas produções chegam simultaneamente ao streaming por questão de coincidência: “Filmamos Virando a Mesa em 2017 e Intervenção em 2018, mas atrasos na finalização decorrentes da pandemia fizeram com que os dois ficassem prontos apenas agora”, afirma Cobra.

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Profissional versátil

Antes de ser diretor, Caio Cobra era montador e roteirista. Raro na indústria do cinema, o acúmulo de funções lhe deu independência para escrever, editar e dirigir Virando a Mesa, influenciado pelo estilo de Guy Ritchie e de Quentin Tarantino.
Já Intervenção é uma abordagem humana dos conflitos nos morros cariocas. “Eu não queria fazer mais um filme de tiroteio na favela”, diz. Cobra prepara a estreia como escritor, com Um Brinde às Trevas (U-Book)