Ao derrotar o jordaniano Hussein Iashaish, na manhã desta sexta-feira, o pugilista Abner Teixeira garantiu mais uma medalha para o Brasil na Olimpíada de Tóquio. Isso porque o brasileiro avançou para as semifinais do boxe, modalidade que não tem disputa do terceiro lugar. Dessa forma, Teixeira já conquistou, no mínimo, o bronze na categoria dos pesados (entre 81kg e 91kg).

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Abner Teixeira nasceu em Osasco, mas logo se mudou para Sorocaba, cidade no interior de São Paulo, onde conheceu, com apenas 14 anos, um o projeto social “Boxe – Mãos para o futuro”, do professor Vladimir Godoi. Neste dia, como informa o site da Confederação Brasileira de Boxe (CBB), Abner não treinou, mas logo iria. A referência do jovem Abner nos esportes, inclusive, era Anderson Silva, ex-lutador do UFC.

Embora tivesse que caminhar quase seis quilômetros para chegar até a academia, Abner se destacava nos treinos. Assim, conseguiu traduzir esse bom desempenho em conquistas e resultados importantes. O pugilista foi duas vezes campeão brasileiro na categoria juvenil (2013 e 2014), duas vezes campeão na categoria elite (2015 e 2016) e ouro no torneio Sul-Sudeste.

Em entrevista ao site ge, Abner revelou que não tinha pretensão de ser atleta ou de fazer faculdade. No entanto, Vladimir Godoi lhe instruiu a ingressar em uma universidade, avançar nos estudos para ser um “cidadão melhor”.

“O projeto social proporcionou tudo isso. Comecei a treinar por curiosidade, era meio sedentário e não fazia muita coisa. Queria fazer alguma coisa para me mexer e comecei a fazer boxe. Participei de uma peneira que teve em uma academia aqui de Sorocaba, mais de 70 atletas estavam nesta peneira, que foi descobrindo vários talentos”, contou ao site.

A ascensão na carreira o levou para a Olimpíada do Rio, em 2016, e também para os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019, onde conquistou a medalha de bronze. Agora, em 2021, aos 24 anos, ele tem chance de conquistar o ouro olímpico, em Tóquio. Para isso, o canhoto de 1,93m precisa derrotar o cubano Julio la Cruz na próxima terça-feira.

Antes de Abner, ao longo da história em Olimpíadas, o Brasil tinha apenas quatro medalhas no boxe: na Cidade do México, em 1986, Servílio de Oliveira conquistou o bronze; em Londres, em 2012, Adriana Araújo conquistou o bronze, assim como Yamaguchi Falcão, também na mesma edição; ainda em Londres, Esquiva Falcão garantiu a medalha de prata.

Além do pódio, os planos de Abner estão na família. De acordo com o pugilista, as metas à longo prazo são ser campeão mundial e campeão olímpico. Todavia, ao falar sobre o longo prazo, ele destacou que sonhar em comprar uma casa própria para a mãe e da um futuro melhor para ela.

“Estou trabalhando para isso, comprar uma casa para minha mãe. Ela nunca teve uma casa própria e quero dar essa alegria para ela. As metas imediatas são ser campeão olímpico e campeão mundial. Os dois vão ser neste ano, e, a longo prazo, comprar a casa para minha mãe e dar um futuro melhor para ela”, disse Abner, em entrevista ao “G1”.