O dólar recuou ante outras moedas fortes, no pregão desta terça-feira, 23, em meio ao otimismo no mercado com a recuperação econômica pós-pandemia e depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter confirmado que o acordo comercial sino-americano permanece “intacto”.

No fim da tarde em Nova York, o dólar cedia a 106,51 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,1309 e a libra registrava alta a US$ 1,2514. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, fechou em queda de 0,40%, a 96,646 pontos.

“O otimismo global sobe e afunda o dólar”, comenta o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, em relatório. “Enquanto as ações subiram, o dólar foi negociado em baixa contra todas as principais moedas”, escreveu Kathy Lien, diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management.

O humor do mercado mudou quando Trump assegurou a validade do acordo comercial com a China, colocado em dúvida pelo assessor econômico Peter Navarro, em uma entrevista na noite de ontem à Fox News. O próprio Navarro disse que a declaração, de que o pacto estaria “acabado”, estava “fora de contexto”.

A expectativa de uma retomada rápida da economia, que persiste no mercado, foi impulsionada hoje, também, por declarações de Anthony Fauci, diretor do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA, que mostrou otimismo com a possibilidade de haver uma vacina para o coronavírus até janeiro de 2021.

Indicadores da economia americana também animaram os investidores. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos EUA subiu de 37 em maio para 48,8 em junho, na leitura preliminar divulgada hoje pela IHS Markit.

Na Europa, dados de atividade impulsionaram o euro e, em menor medida, a libra, de acordo com Kathy Lien, do BK Asset Management. O PMI composto da zona do euro subiu de 31,9 em maio para 47,5 em junho, superando expectativas de analistas. No Reino Unido, o mesmo indicador avançou de 30 em maio para 47,6 neste mês. Além disso, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou hoje novas flexibilizações nas regras de isolamento no país.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar não manteve direção única. No final da tarde em Nova York, a moeda americana caía a 22,4353 pesos mexicanos e a 17,2510 rands sul-africanos, mas subia a 70,0617 pesos argentinos.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina, divulgado hoje, encolheu 5,4% no primeiro trimestre de 2020, na comparação anual. No México, um terremoto foi registrado na região sul do país e há confirmação de pelo menos dois mortos.