O atual campeão de Wimbledon, Novak Djokovic, volta a se encontrar nesta sexta-feira (14) nas semifinais com Jannik Sinner, a quem eliminou no ano passado, enquanto Carlos Alcaraz enfrentará o russo Daniil Medvedev valendo uma vaga na final.

A grama era até pouco tempo uma superfície pouco conhecida do espanhol e atual número 1 do mundo, mas após sua recente vitória no torneio inglês de Queen’s, ele afirmou ter vindo a Wimbledon para “disputar uma final”.

“Todo mundo sabe que o grande favorito é o Djokovic, isso está muito claro, mas a sensação que tenho agora é de que sou capaz de vencer o torneio”, disse Alcaraz após eliminar o dinamarquês Holger Rune, de mesma idade, nas quartas de final.

No entanto, ele admitiu que Medvedev “é um jogador realmente completo”. “Ele é um polvo, pega todas as bolas e é um atleta incrível”, reconheceu.

Djokovic, de 36 anos e número 2 do mundo, que já venceu este torneio sete vezes, incluindo as últimas quatro, admite ser o tenista com mais chances de voltar a erguer o troféu.

“Não quero parecer arrogante, mas é claro que me considero o favorito”, disse ele, acrescentando que “adora” ser o adversário que todos sonham em derrotar.

“Eles querem vencer, mas isso não vai acontecer”, disparou o sérvio rindo depois de derrotar Andrey Rublev nas quartas de final. O russo (N.7) e o polonês Hubert Hurkacz (N.18) foram os únicos a conseguir vencer um set contra Djokovic desde o início do torneio.

Mas Sinner também chegou pisando forte no gramado londrino e aos 21 anos já sabe o que é enfrentar ‘Djoko’ na quadra central do All England Club.

Na última edição, o italiano que havia acabado de eliminar Alcaraz nas oitavas de final, venceu dois sets contra Djokovic nas quartas, antes do sérvio conseguir uma virada impressionante nos três seguintes.

– Fazer história –

Desde então, Sinner afirma ter “trabalhado muito”, também no nível mental.

“Vai ser um jogo completamente diferente do ano passado. Ele me conhece melhor como eu também o conheço melhor. Vai ser um pouco tático também”, disse o italiano.

“Também é um pouco mental, não é? Se você joga contra Novak, é sempre difícil, especialmente em Grand Slams”. Mas “vou lutar por cada bola, vou aproveitar o momento, mas sabendo que posso ir duro, tentando vencê-lo”, disse Sinner. Ele garante que desde o ano passado “melhorou fisicamente”. “Posso ficar muitas horas na quadra sem sofrer”, destacou.

Sinner treinou seus golpes, e com isso se sente mais confiante com as bolas cortadas e melhorou os voleios.

“Agora tenho algumas coisas boas no meu jogo e espero poder usar isso da maneira certa”, disse ele.

Djokovic avança motivado a continuar fazendo história, a seguir quebrando recordes. Se chegar ao oitavo título em Wimbledon, vai alcançar Roger Federer em troféus conquistados no torneio britânico e ultrapassar Serena Williams em número de Grand Slams, 24, se igualando à australiana Margaret Court. Ele também manteria vivo o sonho de conquistar quatro títulos de Grand Slam no mesmo ano, após vencer o Aberto da Austrália e Roland Garros.

Mas se Sinner encontrar uma maneira de vencer, o italiano poderá enfrentar Alcaraz no domingo, um duelo incomum entre jovens tenistas, o que marcaria uma mudança geracional definitiva.

Medvedev, de 27 anos, obviamente tentará evitar isso.

“É interessante jogar contra alguém como Carlos. Ele é um tenista incrível”, reconheceu. “Mas já joguei contra muitos grandes tenistas em minha carreira” e “consegui vencer em várias ocasiões”.

“Se eu jogar 100%, tenho chances”, garantiu ele, apesar de admitir que, diferente de em um jogo contra Djokovic ou Rafael Nadal, contra Alcaraz ele disse sentir que pode nunca ter um ponto vitorioso a seu favor. E “se você der a ele uma bola fácil, poderá ficar em apuros”.

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