Djokovic bate freguês Fritz, se iguala a Connors com 14 semifinais no US Open e desafia Alcaraz

Novak Djokovic está nas semifinais do US Open pela 14ª vez na carreira, alcançando marca do lendário norte-americano Jimmy Connors. Dono de 10 finais no último Grand Slam do ano e tentando se igualar aos maiores campeões – somam cinco títulos -, o tetracampeão sérvio se garantiu com grande vitória diante do quarto do mundo e atual vice-campeão, Taylor Fritz, em quatro sets, parciais de 6/3, 7/5, 3/6 e 6/4 após 3h27, em noite com pedido de gritos das arquibancadas e de silêncio, bronca no árbitro e beijinhos irônicos à torcida.

Foi simplesmente a 15ª vitória do cabeça de chave 7 diante de um norte-americano no complexo de Flushing Meadows e a 11ª no confronto – jamais perdeu de Fritz. Mesmo com a torcida contra em Nova York, o sérvio jamais foi batido por um tenista local no Grand Slam. Manteve os 100% de aproveitamento com maestria e merecimento.

Recordista e dono de 24 títulos de Majors, Djokovic terá pela frente o embalado espanhol Carlos Alcaraz, que vem de cinco decisões seguidas na temporada e ainda não perdeu sets na competição. O tão aguardado jogo será apenas na sexta-feira, dando tempo para o sérvio de 38 anos descansar.

Djokovic entrou em quadra no Arthur Ashe Stadium sob desconfiança após sentir problemas musculares nos jogos anteriores do US Open. Mas o começo diante do atual vice-campeão demonstrou que as dores nas costas e no pescoço faziam parte do passado. Esbanjando toda sua categoria, o sérvio abriu logo 3 a 0.

Sob forte apoio dos americanos, Fritz só desencantou no placar no quarto game, encaixando boas e potentes direitas. Sabia, contudo, que precisaria devolver a quebra para voltar na parcial. Um tanto nervoso e errando bolas fáceis, viu o oponente abrir 5 a 2 com ace.

O representante da casa salvou um set point no serviço e teve dois break points a seguir, mas Djokovic se recuperou em linda troca de pontos (pediu os gritos da torcida com a mão na orelha). Em longa parcial, com outras três oportunidades de quebra desperdiçadas por Fritz, Djokovic não se abalou e fechou por 6 a 3 após bola fora.

Nada parecia abalar Djokovic após defender cinco break points no nono game. Fritz começou o segundo set pressionando o serviço do sérvio, teve outras duas oportunidades logo de cara e não se deu bem. Ficou visivelmente irritado ao não conseguir fazer 3 a 1. O lindo golpe para o empate por 2 a 2 foi aplaudido de pé.

Cada vez mais irritado por não triunfar no serviço do número 7 do mundo – havia desperdiçado as nove oportunidades até então -, Fritz se descontrolou no sétimo game e acabou quebrado. A toalha na cabeça demonstrava toda sua frustração. Com apoio da torcida, recuperou momentaneamente o emocional, conseguiu reagir e, na 11ª chance, enfim quebrou para buscar o 5 a 5.

Na hora da virada, entretanto, o braço de Fritz pesou, ele errou o saque sete vezes e com dupla falta, voltou a ficar em desvantagem. Djokovic não deu brechas e ampliou sua vantagem para 2 a 0 com 7 a 5 e beijinhos às arquibancadas.

Sem poder mais errar, o americano largou o terceiro set ainda sofrendo com o serviço e passando aperto desnecessário após abrir 40 a 0. A batalha de Djokovic se prolongava às arquibancadas e ele pediu silêncio após fechar um game.

Após mais de duas horas de jogo, o problema no pescoço começou a incomodar o sérvio. E o barulho dos americanos também. O sérvio evitou sacar, reclamou com o árbitro e levou sonora vaia. “Você tem de fazer algo a mais. Só ficar falando obrigado não adianta”, protestou. Perdeu a paciência e o game, ficando atrás com 3 a 1 após curta alta. Fritz embalou e fechou o set por 6 a 3.

O equilíbrio dominou o quarto set, com os tenistas muito bem no saque e com Fritz mais seguro na disputa dos pontos, mesmo com Djokovic andando na frente. Com 5 a 4, veio a buscada chance de quebra na parcial: um duplo match point com 15 a 40. O sérvio desperdiçou as duas oportunidades. Na terceira chance, fez a festa após dupla falta do americano.