A escritora e filósofa Djamila Ribeiro afirmou em uma publicação no Instagram que pretende entrar com uma representação no Ministério Público contra o Twitter. Ela também fez um boletim de ocorrência após a filha dela receber ameaças em mensagens enviadas por meio da rede social.

“Sua mãe é uma desgraçada! Você não tem vergonha de ser filha dela? Nós sabemos onde sua mãe mora! Não tem arrego!”, diz a mensagem que a filha de Djmaila recebeu.

“Eu recebo muitas mensagens odiosas, as quais nunca me abalaram. Porém, ontem [domingo, 26] enviaram mensagens odiosas para a minha filha. Isso se deu por conta de fake news produzidas no Twitter desde a semana passada. Mais uma vez, essa rede social lucrando com o ódio, como afirma Adilson Moreira, trata-se da exploração econômica do racismo e misoginia”, comentou a escritora.

Na publicação, Djamila afirma ainda que o Twitter é “ uma rede tóxica para mulheres negras”. “Meu foco é representar o Twitter no MP, uma empresa bilionária, que lucra com ataques sem defesa a mulheres negras. Farei parte da Campanha Internacional ‘Stop hate for profit’ e denunciarei de forma global. Gratidão pelo carinho que recebi. Ogun Pá wá”, concluiu.

https://www.instagram.com/p/CDJk9EZjVq_/

Em nota enviada ao jornal Folha de S.Paulo, o Twitter diz saber que “ainda temos a avançar em nossos esforços para promover conversas cada vez mais saudáveis”, mas que tem “tomado uma série de medidas nos últimos anos para endereçar esse compromisso, incluindo a revisão de regras e políticas”.

Leia abaixo a íntegra da nota do Twitter:

“Sabemos que ainda temos a avançar em nossos esforços para promover conversas cada vez mais saudáveis no Twitter, e estamos abertos à colaboração de diferentes partes interessadas em nos dar sugestões de como fazer as pessoas se sentirem mais seguras em se expressar na plataforma.

Dito isso, é importante ressaltar que temos tomado uma série de medidas nos últimos anos para endereçar esse compromisso, incluindo a revisão de regras e políticas, como a de conduta de propagação do ódio; o aumento na detecção proativa, via tecnologia, de conteúdos potencialmente abusivos; e o lançamento de dezenas de recursos e funcionalidades para que as pessoas possam controlar sua experiência na plataforma, como a possibilidade de ocultar Tweets o experimento que limita quem pode responder a um Tweet, por exemplo.

Além disso, por sua característica aberta e pública, em que diferentes perspectivas podem ser acessadas por todas as pessoas que usam a plataforma, o Twitter tem sido o lugar em que movimentos da sociedade, como por exemplo #VidasNegrasImportam, #ÉCoisaDePreto, #MeuExAbusivo e #MeuAmigoSecreto, nascem ou ganham visibilidade.”