No Dia Nacional do Funk, o DJ Kaique celebra mais do que um gosto pelo gênero musical, ele celebra uma herança. Sobrinho de DJ Marlboro, um dos criadores do funk carioca, Kaique cresceu imerso no ritmo e na cultura que, por décadas, vem sendo voz e espaço de expressão das periferias brasileiras.
“A música sempre fez parte do meu cotidiano. Crescer ao lado do DJ Marlboro me deu uma noção profunda da importância cultural desse movimento”, diz o artista. “Carrego comigo tanto o peso quanto o privilégio de representar uma continuidade, mas com identidade própria. É sobre respeitar a origem e, ao mesmo tempo, abrir caminhos para o novo.”
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Desde jovem, o DJ entendeu que o funk era muito mais que batida, era ferramenta de transformação. Essa consciência se reforçou durante a pandemia, quando protagonizou uma live ao lado de Marlboro remixando clássicos do gênero. “Foi um momento muito simbólico. Em meio ao isolamento, pudemos oferecer alegria, memória e conexão. Foi um encontro entre gerações dentro de casa”, lembra.
Hoje, o artista constrói uma sonoridade que mistura o funk com elementos da música eletrônica e do pop global, sem jamais perder de vista a raiz. “O funk é a base de tudo que eu faço. Quero que quem me ouve se sinta representado, que veja que é possível ocupar outros espaços sem deixar de ser quem é.”
Essa representatividade se traduz também nas experiências internacionais do DJ, que já levou o funk a Paris e a eventos de grandes marcas e clubes como o PSG. “É impressionante como o funk conecta, mesmo fora do Brasil. O público sente a energia, mesmo sem entender a letra, e isso mostra que a cultura da favela tem força global.”
Mais do que música, DJ Kaique vê o funk como um meio de acesso e pertencimento. “O funk representa a criatividade das comunidades, a potência da juventude, a possibilidade de sonhar e ocupar lugares onde antes não éramos esperados. É cultura, é identidade, é linguagem, é comportamento.”
Para ele, representatividade importa porque abre portas, e o funk é a chave que tem transformado vidas todos os dias.
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