Oito de março é comemorado pelo mundo a fora o dia internacional da mulher, muito se vê pelas ruas distribuição de flores e parabéns para as mulheres guerreiras que vivenciam diariamente os mais diversos episódios de machismo que infelizmente ainda é vivo. Pensando nisso, sabemos que não são todas as mulheres que comemoram esse dia e convidamos a DJ Fernanda Fox para falar um pouco sobre os motivos do dia de hoje, para ela, não ter motivos para comemorações.
“Pra mim e para muitas mulheres, eu tenho certeza de que não é uma data a ser comemorada. Como muitas, virou uma data comercial, né? Mas a origem do 8 de Março, além do incêndio da Fábrica têxtil em 1911 em NY, que tirou a vida de mais de 100 mulheres, trazendo a tona a visão de más condições de trabalho, ainda piores se tratando de gênero feminino. É o episódio que mais temos vivo na memória quando entendemos o dia 8 de Março. Muito antes da oficialização da ONU sobre a data, as raízes são profundas, antigas e MUITO atuais. Esse dia foi escrito com muita estrada e vindo de diferentes grupos femininos da classe operária”, começa Fernanda.
“O dia das mulheres não é pra ser parabenizado, não quero receber parabéns por ser mulher! Ser mulher é doloroso, é exaustivo, é assustador! No ano de 2022 o Brasil bateu recorde de feminicidos. Em Países do Oriente Médio, as mulheres são chicoteadas, assassinadas até denunciando estupro, elas são responsabilizadas por terem sofrido agressão sexual! É surreal!”, continua.
“Nenhuma mulher está salva enquanto todas as outras não estiverem, nossa luta não acaba nunca, não há descanso. Ainda não ganhamos os mesmos salários, enfim… uma infinidade de direitos que não chegamos nem na metade para conquistar. Eu amo ser mulher, mas não quero ser parabenizada por isso! Quero ser respeitada, quero ter local de fala, quero direitos iguais!”, finaliza a DJ.