Divididos entre UE e Rússia, moldavos votam em eleições tensas

Os moldavos votaram neste domingo (28) em eleições parlamentares que podem afastar este país vizinho da Ucrânia de sua caminho pró-europeu e aproximá-lo da Rússia, à qual o governo e a União Europeia acusam de interferência.

Moldova, que também faz fronteira com a Romênia, um país-membro da União Europeia, está dividida há muito tempo entre fortalecer laços com Bruxelas ou manter suas relações da era soviética com Moscou.

A maioria das pesquisas mostra que o Partido de Ação e Solidariedade (PAS), pró-europeu e no poder desde 2021, lidera a votação, mas os analistas afirmam que o resultado está longe de ser certo.

A participação foi de 51,9% no fechamento das urnas, às 18h GMT (15h em Brasília), segundo a Comissão Eleitoral, um pouco menos do que a taxa registrada em 2021 (52,3%). No entanto, ainda pode evoluir, pois a diáspora pode votar até as 21h locais em cada país de adoção.

Os primeiros resultados não chegarão antes das 22h GMT (19h em Brasília), no mínimo.

A presidente pró-europeia, Maia Sandu, do PAS, qualificou o processo como as “eleições mais significativas” de Moldova.

“O resultado decidirá se consolidamos nossa democracia e nos unimos à União Europeia, ou se a Rússia nos arrasta de volta a uma zona cinzenta, tornando-nos um risco regional”, acrescentou ela na rede social X.

A União Europeia afirmou esta semana que Moldova enfrenta “uma campanha de desinformação sem precedentes” por parte da Rússia, enquanto o primeiro-ministro Dorin Recean alertou sobre um “cerco [ao] país”.

Moscou negou as acusações de Chisinau de que está realizando uma campanha de desinformação na Internet e que busca comprar votos e provocar distúrbios.

Por sua vez, a oposição moldava, majoritariamente pró-russa, acusou o PAS de planejar uma fraude.

Os eleitores de Moldova, que conta com 2,4 milhões de habitantes, expressaram sua frustração pelas dificuldades econômicas enfrentadas por um dos países mais pobres da Europa, bem como seu ceticismo em relação à campanha do governo para ingressar na União Europeia, lançada após a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022.

“Quero que as coisas continuem como eram na era russa”, declarou à AFP Vasile, um soldador de 51 anos que apenas forneceu seu primeiro nome, em uma seção eleitoral de Chisinau.

Natalia Sandu, uma dona de casa de 34 anos, não concorda. “Nossa esperança é que continuemos no caminho europeu. A alternativa é impensável, me nego a imaginar um retrocesso”, comentou.

Cerca de 20 partidos políticos e candidatos independentes disputam as 101 cadeiras do parlamento.

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