As maiores empresas do mundo pagaram um montante recorde de mais de 1,65 trilhão de dólares (8,2 trilhões de reais na cotação atual) em dividendos aos seus acionistas em 2023, de acordo com um estudo da empresa de gestão de ativos Janus Henderson divulgado nesta quarta-feira (13).

Este valor representa um aumento de 5,6% na comparação com 2022 e de 15% face a 2019, segundo a empresa.

O estudo é baseado em dados das 1.200 empresas com maior capitalização de mercado, que representam 85% dos dividendos pagos no mundo.

Até 22 países (incluindo os Estados Unidos, França, Alemanha e Indonésia) registraram dividendos recorde este ano, com um aumento particularmente notável na Europa (+17,6%).

Pela primeira vez desde o início da divulgação deste relatório, duas empresas de tecnologia lideram o ranking de lucros redistribuídos aos seus acionistas: Microsoft e Apple.

No entanto, o setor das matérias-primas continua muito presente, embora muitas empresas tenham feito “reduções significativas”.

É o caso da Petrobras, ausente do top 20 em 2023 quando um ano antes havia sido a segunda empresa que mais distribuiu dividendos.

A mineradora BHP, primeira em 2021 e 2022, caiu para o sexto lugar no relatório deste ano.

“Quase metade do aumento de dividendos no mundo em 2023 procede dos bancos”, revela o relatório, que associa a tendência ao aumento das taxas de juros.

Para Ben Lofthouse, que supervisionou a redação do relatório, “o pessimismo em torno da economia global revelou-se infundado em 2023”.

“Os fluxos de caixa das empresas na maioria dos setores permaneceram sólidos” e permitiram que esses dividendos fossem nutridos, disse ele.

Para 2024, a empresa Janus Henderson prevê que a distribuição de dividendos mantenha essa tendência, com um aumento de 3,9%.

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