Distensão faz disparar preço de imóveis em região chinesa na fronteira com Coreia do Norte

Distensão faz disparar preço de imóveis em região chinesa na fronteira com Coreia do Norte

A distensão com a Coreia do Norte nas últimas semanas fez disparar o preço dos imóveis na cidade chinesa de Dandong, na fronteira norte-coreana – apontam várias agências imobiliárias consultadas pela AFP.

Dandong, uma cidade de 2,4 milhões de habitantes, é o principal ponto de passagem do comércio entre a China e a Coreia do Norte, mas, desde 2017, a cidade sofre com sanções da ONU para impedir o desenvolvimento do programa nuclear do regime de Kim Jong-un.

As Nações Unidas proíbem as exportações norte-coreanas de moluscos e de produtos têxteis, entre outros. Além disso, as sanções forçaram centenas de trabalhadores norte-coreanos que trabalhavam em território chinês a retornarem para seu país.

Ambas as medidas atingiram duramente as empresas chinesas na região e fizeram o preço da habitação cair 3,7% em Dandong, segundo dados oficiais.

Os “primeiros sintomas da mudança” estão sendo notados, porém, nas últimas semanas, afirmam algumas agências imobiliárias consultadas pela AFP.

É o caso da chamada Nova Zona Dandong, um bairro recém-construído, onde o preço por metro quadrado passou de 4.500 para 5.500 iuane (590 a 720 euros) nos últimos 20 dias, indicou à AFP Dong Tianqi, da agência Anjia, o que representa um aumento de 22%.

Essa alta coincide com o momento de distensão com a Coreia do Norte. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, encontrou-se na sexta-feira passada com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, em uma cúpula histórica. Nela, ambos prometeram trabalhar para a desnuclearização da península coreana.

Kim também planeja se reunir com o presidente dos EUA, Donald Trump, nas próximas semanas, depois de visitar Pequim em março.

“As pessoas esperam uma abertura econômica da Coreia do Norte”, diz Li Xinyu, presidente da agência imobiliária Aijia em Dandong, que registrou um aumento de preços entre 20% e 30% nas últimas semanas.

“A maioria dos compradores não quer morar nessas casas, mas faz um investimento”, aponta.