Dissidentes das Farc libertam contratados do Estado colombiano sequestrados

Dissidentes da extinta guerrilha das Farc libertaram nove contratados do Estado colombiano que haviam sido sequestrados há uma semana em uma região conflituosa do país, informou nesta sexta-feira (25) a entidade nacional de proteção dos direitos humanos.

Os trabalhadores foram retidos em 17 de julho em uma zona rural do departamento de Cauca (sudoeste), sob a acusação de estarem entregando equipamentos militares ao Exército.

O governo local negou essas alegações e assegurou que eles faziam parte de uma missão “humanitária”.

Em um vídeo divulgado nesta sexta-feira, a chefe da Defensoria do Povo, Iris Marín, afirmou que os nove contratados – sete mulheres e dois homens – foram entregues a uma “comissão humanitária” formada por organismos como a ONU.

Em Cauca opera o chamado Estado-Maior Central (EMC), uma facção dos grupos dissidentes das extintas Farc que não aderiu ao acordo de paz que desmobilizou o grosso dessa guerrilha em 2016.

Os dissidentes aumentaram a pressão contra as forças de segurança desde que seu principal líder, conhecido como Iván Mordisco, abandonou as negociações com o governo do esquerdista Gustavo Petro em 2024.

O presidente então lançou uma ofensiva militar na região, à qual os rebeldes responderam com ataques usando carros-bomba, drones e explosivos contra militares e civis.

Em meados de junho, o EMC cometeu ao menos 24 atentados em Cauca e no vizinho departamento de Valle del Cauca, que resultaram na morte de dois policiais e cinco civis.

Petro tentou negociar com Mordisco, mas as conversas fracassaram, assim como a maioria dos diálogos de paz com grupos armados ilegais que o presidente impulsionou desde sua chegada ao poder, em 2022.

A Colômbia atravessa sua pior crise de segurança em uma década, devido às ações dos guerrilheiros que não aderiram ao pacto de paz e de grupos criminosos.

Petro apostava em uma política de “Paz Total” com todas as estruturas à margem da lei, mas críticos afirmam que seu governo foi indulgente com as organizações durante as negociações e negligenciou as forças de segurança.

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