O cantor Murilo Huff, 29 anos, confirmou ter entrado com pedido na Justiça pela guarda unilateral do filho, Leo, de 5 anos, fruto do relacionamento com Marília Mendonça, após a notícia se espalhar e viralizar na web, na última segunda-feira, 23. A informação causou estranheza, já que a criança vive com a avó materna, dona Ruth, 56, desde a morte da Rainha da Sofrência, em novembro de 2021, aos 26 anos, em um trágico acidente aéreo.
Em seu pronunciamento, o sertanejo disse que tem motivos para ter decidido iniciar o processo e até citou que tem “provas”, sem especificar do que se trata. A ação na Justiça teve início no dia 11 deste mês, mas o caso somente veio à tona no dia 23.
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Procurado por IstoÉ Gente, o psicanalista *Artur Costa, professor sênior da Associação Brasileira de Psicanálise Clínica – ABPC, analisa os possíveis danos que uma disputa entre o pai e a avó poderiam causar à saúde mental do menino. Ele explica que mesmo crianças tão pequenas como o filho da cantora, uma briga familiar é sempre muito desgastante, sobretudo por ser o menor o centro da disputa.
“Disputas de guarda podem provocar um sentimento de instabilidade emocional em crianças pequenas. Nessa fase da vida, o vínculo afetivo e a previsibilidade da rotina são fundamentais para o desenvolvimento saudável. Quando os adultos entram em conflito, a criança pode sentir-se insegura, amedrontada e até responsável pelo que está acontecendo. Mesmo sem compreender todos os detalhes legais, ela capta o clima emocional do ambiente e isso impacta diretamente sua autoestima e seu senso de pertencimento”, alerta o especialista.
Segundo o psicanalista, uma briga familiar provoca confusão emocional na criança, sendo possível, inclusive, que ela desenvolva um sentimento de culpa por estar no centro da disputa judicial.
“É bastante comum. A criança pode internalizar a ideia de que está dividindo ou machucando alguém apenas por amar os dois lados. Ela ainda não tem estrutura psíquica para entender que a disputa não é causada por ela, mas entre os adultos. Para evitar isso, é essencial proteger a criança do conflito direto, mantendo o máximo de cordialidade possível entre os envolvidos e nunca fazendo dela um ‘mensageiro’ ou um ‘espião’. Além disso, explicar de forma lúdica e adequada à idade o que está acontecendo ajuda a reduzir a confusão”, orienta ele.
Em uma situação de desgaste emocional como o que pode atravessar o pequeno Léo, de apenas 5 anos, é importante haver um acompanhamento psicológico a fim de evitar grandes danos emocionais.
“O acompanhamento psicológico é fundamental. Mesmo em tenra idade, a criança pode ser acolhida em um espaço terapêutico que utiliza recursos compatíveis com seu estágio de desenvolvimento, como brinquedos, desenhos e jogos simbólicos. Isso permite que o terapeuta compreenda suas angústias e ajude a elaborar os sentimentos de perda, insegurança ou medo. Além disso, os pais ou responsáveis também recebem orientação sobre como agir de forma mais empática, o que pode evitar traumas futuros”, aconselha o especialista.
Em casos de crianças tão pequenas, as palavras são menos importantes que os gestos para externar emoções e expor o que o indivíduo está sentindo. Assim, a análise psicológica vai além do que o paciente pode relatar a um médico, por exemplo, ao tratar da saúde.
“Crianças pequenas não são ‘ouvidas’ nos moldes tradicionais de um depoimento, como se fosse um adulto. Elas podem ser avaliadas por psicólogos ou psiquiatras, psicanalistas com especializações em psicanálise infantil, que ajudam muito nessa escuta, por meio de observações comportamentais e atividades lúdicas, que revelam indiretamente como estão emocionalmente e como percebem suas figuras de cuidado. Essa escuta simbólica é extremamente valiosa em disputas judiciais, pois respeita a linguagem da infância sem expor a criança a pressões indevidas”, explica o profissional.
Durante seu pronunciamento sobre o caso, que se deu somente por conta da repercussão na web com a notícia do pedido de guarda unilateral, Murilo Huff fez questão de enfatizar que não tem interesse em impedir o filho de conviver com a família materna, mas que tem sérios motivos para fazer o pedido na Justiça.
“Infelizmente não posso expor todas as provas e fatos que eu tenho, pois está em segredo de justiça. Mas diante de tudo que eu descobri nos últimos meses, a prioridade agora é o bem-estar do meu filho. Tomei essa decisão por um bem maior. Mas a verdade prevalecerá!”, disparou ele.