Disputa pelo controle do Cidadania chega ao STF e define rumo para 2026

Impasse jurídico entre Comte Bittencourt e Roberto Freire esconde queda de braço política que envolve Republicanos e PSB

O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt; PSDB
O presidente nacional do Cidadania, Comte Bittencourt Foto: Octacílio Barbosa/Alerj

A disputa pelo comando do Cidadania tornou-se um xadrez jurídico e político de alto risco, cujo desfecho está agora sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O partido, atualmente presidido por Comte Bittencourt, enfrenta um questionamento judicial iniciado há seis meses por Roberto Freire, que deixou a liderança da legenda há dois anos.

  • Conflito de decisões: enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu a legitimidade de Bittencourt, a Justiça do Distrito Federal deu ganho de causa a Freire.

  • Articulação de manente: o deputado Alex Manente, apoiado por Marcos Pereira (Republicanos), atua para assumir o controle e levar o partido para a órbita do Republicanos.

  • Resistência e federação: em outra frente, a atual gestão de Conte Bittencourt busca manter a autonomia e chegou a negociar uma federação com o PSB.

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Bastidores e alianças

A briga jurídica encobre uma disputa pragmática pelo espólio e pelo fundo partidário da sigla. De um lado, o grupo de Manente tenta consolidar uma aliança à direita, fortalecendo o bloco liderado pelo Republicanos. Do outro, a ala ligada a Bittencourt tenta evitar a absorção e projeta uma aproximação com o campo progressista ou de centro-esquerda.

A decisão de Gilmar Mendes não se limitará a definir quem detém a caneta da presidência. O veredito do STF determinará, na prática, qual será o posicionamento estratégico do Cidadania nas eleições gerais de 2026 e quais alianças nacionais a legenda poderá compor.