O índice de imóveis vazios em Nova York caiu para 1,4%, o mais baixo em mais de meio século, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira (8) pelo departamento de habitação da cidade.

Realizada a cada três anos desde 1965, em colaboração com o Censo dos Estados Unidos, a pesquisa de imóveis da cidade é usada para determinar a necessidade de controle e estabilização de aluguéis. Alerta que, sem investimento público, os moradores de renda mais baixa terão cada vez mais dificuldade de encontrar um lugar para morar.

Em dois anos, o índice passou de 4,54% para 1,4%, o mais baixo desde 1968, apesar de o parque habitacional líquido ter crescido 2% (cerca de 60 mil unidades), o que se traduz na escassez de imóveis disponíveis, que pressiona os preços para cima, em uma cidade onde a média do aluguel gira em torno de US$ 4,1 mil mensais (R$ 20 mil).

Apenas 33 mil imóveis dos cerca de 2,3 milhões de apartamentos de que a megalópole dispõe para abrigar seus 8,5 milhões de habitantes estavam disponíveis para locação entre janeiro e junho do ano passado, período em que foi realizada a pesquisa. O mercado mais afetado era o de imóveis com aluguéis inferiores a US$ 2,4 mil (R$ 12 mil), onde a disponibilidade era de 1%.

“Os dados são claros: a demanda para morar em nossa cidade ultrapassa em muito nossa capacidade de construir moradias”, declarou o prefeito de Nova York, Eric Adams, na apresentação do relatório.

Com uma demanda para cerca de 275 mil novas moradias, especialistas consideram que, para haver um mercado fluido, o índice de vacância deve se situar entre 5% e 8%.

Autoridades não conseguiram até hoje derrubar as restrições de 1961, que limitam o tamanho dos prédios e impedem novas construções em algumas áreas, além de dificultarem a transformação de muitos imóveis comerciais esvaziados durante a pandemia em edifícios residenciais.

“Sem novas ferramentas e mudanças no uso do solo, a oferta de moradias disponíveis na cidade de Nova York simplesmente não pode acompanhar o ritmo da demanda”, ressalta o documento.

Segundo um relatório de 2022 encomendado pelo grupo do setor imobiliário Real Estate Board of New York, citado pela imprensa local, a cidade precisa de 560 mil novos imóveis até 2030 para enfrentar o crescimento demográfico previsto.

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