As discussões sobre um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, que entraram em sua reta final, vão continuar em nível político na quarta-feira (26) durante um jantar entre os representantes europeus e sul-americanos para o Comércio – anunciou a Comissão Europeia nesta terça-feira (25).

“As equipes de negociação da UE e do Mercosul estão reunidas em Bruxelas desde sexta-feira, e as discussões técnicas continuam”, declarou o porta-voz do Executivo da UE, Margaritis Schinas.

“O vice-presidente (da Comissão Jyrki) Katainen e os comissários (para o Comércio Cecilia) Malmström e (para Agricultura Phil) Hogan vão encontrar amanhã (quarta-feira) os ministros do Mercosul para um jantar de trabalho para fazer um balanço do progresso feito até agora nessas discussões”, acrescentou.

Esses representantes políticos têm o objetivo de, finalmente, chegarem a um entendimento sobre este acordo discutido há 20 anos e já apresentado várias vezes no passado como estando prestes a ter sucesso.

As discussões entre a UE e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) poderia dar origem a um dos maiores acordos de livre-comércio já concluído, com mais de 770 milhões de consumidores e 18 bilhões de euros de PIB.

Na sexta-feira, os líderes de sete Estados-membros – Alemanha, Holanda, Espanha, República Tcheca, Portugal, Letônia e Suécia – pediram em uma carta conjunta à Comissão Europeia que conclua este “acordo histórico”.

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O clamor desses países para concluir as negociações se opõe à “profunda preocupação” expressa alguns dias antes em outra carta endereçada à Comissão pelos líderes francês, irlandês, polonês e belga, preocupados com o impacto do projeto sobre sua agricultura.

Este acordo causa crescente desconforto em alguns Estados-membros da UE – pressionados por agricultores que temem por sua produção de carne e por ONGs, preocupadas com o clima.

“Como podemos considerar enfraquecer ainda mais as nossas comunidades agrícolas europeias?”, alertou recentemente a Copa-Cogeca, o maior sindicato agrícola da UE.

Nesta terça-feira, 340 ONGs europeias e sul-americanas, incluindo o Greenpeace e a Friends of the Earth, pediram à UE que “pare imediatamente” as discussões “por causa da deterioração dos direitos humanos e da situação ecológica no Brasil” desde a posse em janeiro do presidente Jair Bolsonaro.

Em 2018, UE e Mercosul comercializaram quase 88 bilhões de euros em mercadorias. Os países da América do Sul exportaram, principalmente, seus produtos agrícolas, e os europeus, seus produtos industriais e farmacêuticos.


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