O mercado brasileiro e investidores – e aqui entram dos especuladores que ganham dinheiro até o pipoqueiro da esquina – parecem não ter acreditado no discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em rede nacional na noite de quarta-feira (27). O anúncio pode ter frustrado ou não convencido. O dólar disparou hoje e passou dos R$ 6 na praça, um patamar inédito na História do País.

As poucas medidas, anunciadas superficialmente e sem detalhes – estratégia para uma linguagem popular televisiva – foram precedidas de um amplo cenário exposto por ele de conquistas sociais e econômicas desde o início do Governo Lula da Silva III, e vistas como um prenúncio de sua potencial candidatura a presidente da República, em 2026 ou 2030, como o escolhido do Barba.

Ontem, durante o dia, bem antes da aparição na TV em rede, petistas e aliados espalharam por mensagens de celular e nas redes sociais um banner bem feito com a foto de Haddad e a hora do anúncio – além de gerar uma expectativa, criou-se um claro ambiente para muitos críticos apontarem autopromoção e uma mensagem clara de que usa o espaço para alçar seu nome ao Palácio do Planalto futuramente como “salvador da nação”.

Porta-voz do Governo que fala em taxar ricos e ajudar os pobres, Haddad deixou a desejar, por exemplo, ao não se esforçar com o presidente Lula da Silva em mirar os excêntricos gastos da folha do Judiciário do País. Só para citar um dos setores poupados.

A mensagem de Haddad ontem na TV foi apenas um recado para a população e para o patronato de que será o candidato a presidente. E só.

"Discurso de candidato" de Haddad não convence mercado